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Protestos nos Estados Unidos mostram que o mundo já não tolera a opressão da ‘casa grande’
Termômetro da Política
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Um internauta que usa um perfil com o nome de Robert de Niro viralizou com postagem nas redes sociais de imagens que lembram o filme Coringa, da DC Comics, mas que na verdade eram de protestos em Nova Iorque. A cena mostra um manifestante sobre uma viatura da polícia com o giroflex ligado, enquanto a multidão depreda o veículo. O episódio é só mais um na escalada de violência nos Estados Unidos, iniciada com protestos pacíficos organizados após o assassinato de um homem negro por um policial branco.

As manifestações foram iniciadas após a morte de George Floyd, cujo pescoço foi pressionado contra o chão por um policial branco, com o uso do joelho. O fato ocorreu nos Estados Unidos, mas poderia ter sido em qualquer das capitais brasileiras. A convulsão social, após o ocorrido, não se limitaram a Minneapolis, onde o crime ocorreu, e espalham, ao mesmo tempo, reações contra o racismo e a violência nas ruas. Esta foi a quinta noite consecutiva de atos pelo fim da violência policial contra negros no país.

Cena do filme Joker, referida por Robert de Niro. Foto: Reprodução/DC Comics

Os protestos ocorreram em ao menos 75 cidades na última noite. O número tinha sido de 30 na sexta-feira (29), segundo levantamento do jornal The New York Times. Até agora, ao menos quatro pessoas morreram em meio aos atos, e a polícia fez ao menos 1.700 prisões. Os manifestos que vão de Los Angeles a Miami e Chicago têm usado a frase dita por Floyd enquanto era sufocado: “não consigo respirar”.

Do outro lado, as forças de segurança reagiram em cenas de bárbarie. Em Nova York, dois carros da polícia atropelaram dezenas de manifestantes que tentavam impedir a passagem dos veículos.

Manifestantes em confronto no último sábado (30) com a polícia do lado de fora do Barclay’s Center, no Brooklyn, centro de Nova York (Foto: Javier Alvarez / Mídia NINJA)

Toda a Guarda Nacional de Minnesota foi ativada pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, após quatro noites de protestos violentos. O governador de Minnesota, Tim Walz, disse que o destacamento era necessário porque participantes dos atos estavam usando os protestos pela morte de George Floyd para espalhar o caos e que ele esperava que as manifestações da noite de sábado fossem as mais agressivas até agora.

“Estamos sendo atacados”, disse Walz, em uma entrevista coletiva. “A ordem precisa ser restaurada. Vamos usar toda a nossa força da bondade e da Justiça para garantir que isso acabe”. Ele disse que acreditava que um grupo “rigidamente controlado” de agitadores de fora, alguns supremacistas brancos e cartéis de drogas eram culpados pela violência em Minneapolis, mas não entrou em detalhes ao ser questionado por repórteres. Ele afirmou que até 80% dos presos eram de fora do Estado.

As cenas de convulsão social estão acontecendo em um país rico, mas também com grandes desigualdades. Não é de duvidar que cenas do gênero possam eclodir no Brasil em um futuro próximo.

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