Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Anonymous Brasil atiçou apenas os bobos da corte com vazamento do cartão do Bolsonaro
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Grupo que se intitula representante do “Anonymous” no Brasil trouxe obviedades e acabou virando piada na internet (Reprodução/Twitter/anonymousrevell

Passava da 0h da terça-feira (2) quando eu decidira ir dormir. Antes, uma última espiadela no Twitter tomou de assalto meu sono. O grupo Anonymous Brasil figurava entre os assuntos mais comentados daquela rede social. Prometiam em minutos revelar algo bombástico a respeito do presidente Jair Bolsonaro. Como se trata de um grupo de hackers, o que viria deveria ser algo secreto e, obviamente, relevante.

São muitas coisas a se revelar sobre Jair Bolsonaro. A fatura do seu cartão de crédito corporativo, por exemplo, aposto que cairia como uma bomba na República. Não que ele faça uso criminoso, mas os gastos excessivos, mais que de todos os outros presidentes, são no mínimo imorais. A fatura poderia expor a personalidade do chefe de Estado da nação, porém, duvido que viesse algo chocante, tamanha é a coerência do presidente diante do seu histórico político.

Como uma prévia de que algo grave viria, o grupo divulgava que Bolsonaro estaria ligado à morte de alguém. Os navegantes daquela madrugada apostavam em Marielle Franco. Eu, já com sono, estava curioso, e sacrifiquei 30 minutos do pouco tempo que teria de descanso para saber antes de ir dormir qual era a revelação. Ainda bem que não esperei mais do que isso para ter acesso ao número do cartão de crédito do presidente da República e a seus dados pessoais.

De manhã cedo, levantei com a curiosidade sobre a revelação, e confesso que maior foi minha estupefação sobre o que a dita ala progressista que habita a internet na madrugada fez com os dados do presidente do que com o pífio vazamento em si.

Pirraça, zoeira, brincadeira, tudo o que o país com o maior contingente de criadores de memes no mundo sabe fazer. Brincaram com os dados do presidente, filiaram o ultra conservador no PT e, como se já não bastasse, fizeram compras com seu cartão de crédito.

Durante a manhã inteira não se falava em outra coisa. A esquerda militante digital foi à forra. Um desserviço que só reforça o discurso dos bolsonaristas. Compras e filiação que serão anuladas, sequer serviram para expor um gestor incapaz, irresponsável, com uma equipe de ministros que planeja crimes de todas as formas, e ainda assim mantém apoio de 30% da população.

Um perfil foi criado só para criticar como obviedade a suposta “bomba” dos hackers brasileiros:

Foi um desserviço do grupo Anonymous Brasil. Melhor que não tivessem feito nada. Fortaleceram o presidente e mostraram o quanto a esquerda está desorganizada, pronta para mais quatro anos de pau no lombo após a provável reeleição de Bolsonaro, caso o jogo democrático siga como está.

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