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Entregadores de aplicativos e o conjunto da luta dos trabalhadores
Termômetro da Política
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Em live, Galo (embaixo) pontua questões trabalhistas e a influência da negação à política no fortalecimento do fascismo (Foto: Reprodução/Instagram)

Em transmissão ao vivo (live) realizada pelo Instagram, o líder do movimento Entregadores Antifascistas, Paulo Lima, mais conhecido como Galo, abordou diversos pontos da luta dos trabalhadores que lidam diariamente na relação entre aplicativos (apps) como Rappi, Uber Eats e iFood, e seus clientes.

Além da pauta dos entregadores, Galo deu uma verdadeira aula sobre relações de trabalho, exploração, política ante o fascismo, e ainda sobre os desafios diários com os apps. A live foi promovida por um escritório de advocacia e teve a participação da advogada Raquel Santana.

Na conversa, Galo denuncia o processo de quebra da autoestima e de manipulação dos trabalhadores. “A ideia dos entregadores antifascistas é libertar o trabalhador. A força de trabalho construiu o mundo. Tudo o que você tem aí, tudo o que eu tenho aqui, foi a força de trabalho quem fez. Por que a força de trabalho é tão desvalorizada?”, questiona Galo.

Política e direitos

Além da pauta antifascista, há uma pauta urgente dos trabalhadores: aumento do valor mínimo por entrega; vale-refeição; seguro de vida, acidente e roubo; fim dos bloqueios arbitrários; fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) para o enfrentamento à rotina diante da pandemia da covid-19. No início do mês, houve uma paralisação nacional dos entregadores em protesto contra as condições de trabalho oferecidas pelos aplicativos.

Para o líder do movimento Entregadores Antifascistas, o maior desafio além da pauta urgente é conseguir fazer os aplicativos reconhecerem vínculo trabalhista na relação com os profissionais responsáveis pelas entregas. Galo, no entanto, revela os questionamentos da categoria:

“‘Ah, Galo, mas você está defendendo a CLT? Uma conquista de Vargas, um fascista?’ E aí eu respondo: a conquista não foi dele, foi nossa. Ninguém jamais viu Vargas em chão de fábrica. Nem a Princesa Isabel deu a liberdade para nós [negros], nem o Vargas deu a CLT. Foram conquistas dos trabalhadores. Nossa luta é pelo conjunto da luta dos trabalhadores”, pontua.

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Outro ponto de destaque na fala de Galo durante a entrevista é sobre a negação à política e sua influência para o fortalecimento de grupos da extrema direita. “Quando você nega a política, você abre uma porta para o fascismo entrar. Por isso somos antifascistas”, destaca.

Assista à íntegra da live a seguir:

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