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A pandemia mostrou por que Carluxo associou o pai a Thanos, vilão das histórias em quadrinhos da Marvel
Termômetro da Política
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Bolsonaro foi associado ao genocida Thanos pelo filho em publicação nas redes sociais. Foto: Reprodução/Twitter

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) talvez mereça ser visto como um visionário ou simplesmente como alguém que conhece muito bem a própria família. No dia 10 de novembro do ano passado, usou as redes sociais para divulgar memes no qual o pai dele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), era representado como Thanos, um vilão genocida das histórias em quadrinho. Naquele momento, a pandemia do novo Coronavírus não tinha chegado ao Brasil, mas dava as caras na China.

Pois bem, para quem não conhece, Thanos é um supervilão criado pela Marvel Comics. Mais recentemente, ele apareceu no filme “Vingadores: Ultimato”. E o traço peculiar deste vilão é que ele é um genocida louco, que acredita ser necessário eliminar metade dos seres do universo para que a ordem seja restabelecida. No filme, ele consegue o feito e um grupo de heróis como Hulk, Homem de Ferro e Capitão América é escalado para devolver a vida às pessoas.

No filme, após conseguir as cinco jóias do infinito, o vilão estala os dedos e metade dos seres do universo desaparece. No Brasil, a coisa tem sido mais macabra. O presidente simplesmente abriu mão do dever constitucional de governar e salvar vidas. Mas não apenas isso, trabalhou para atrapalhar governadores e prefeitos que resolveram fazer algo. “E daí, quer que eu faça o quê?”, era a resposta para quem ousasse perguntar se ele não se comovia com as mortes.

Thanos, nas histórias em quadrinhos, encarna o vilão que tentou dizimar metade dos seres do Universo. Foto: Reprodução/Twitter

A frieza foi tanta que o presidente disse que era normal uma parte da população morrer. Ele estaria fora deste grupo, por causa do autodeclarado histórico de atleta. Meses depois, foi contaminado e passou a dizer que estava tomando a mesma cloroquina que receitou para seus apoiadores como remédio milagroso. E olha o melhor: passados 15 dias, ele continua doente, escancarando o que a ciência tem insistido em mostrar. A droga, usada contra a Covid-19, não passa de um placebo.

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O último levantamento mostrou que morreram no Brasil, oficialmente, mais de 84 mil pessoas desde o início da pandemia. O número verdadeiro é muito maior, de acordo com a Universidade Federal de Pelotas, por causa da subnotificação. O cálculo feito pelo órgão é que o número de contaminados é pelo menos sete vezes maior. Diante disso, o presidente preferiu exibir a cloroquina para o secto de apoiadores, erguida tal qual o personagem Simba, do desenho animado Rei Leão, da Disney.

A falta de empatia do presidente foi tão grande que ele trocou três vezes o ministro da Saúde e mantém no comando da pasta o inepto general Eduardo Pazuello, que sequer sabe onde fica o Hemisfério Norte. Um outro traço curioso que liga Bolsonaro a Thanos é que este último surgiu nas histórias em quadrinhos em 1973, numa revistinha do Homem de Ferro. Era uma cópia escancarada do vilão Darkseid, da DC Comics. Aquele ano, veja que curioso, foi justamente o que marcou a entrada de Bolsonaro no Exército.

Passados todos estes anos, cá estão Bolsonaro e Thanos sendo associados por Carluxo. Pior para nós, brasileiros.

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