Com a maior popularidade desde o início de seu governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda colhe os frutos do pagamento do auxílio emergencial e vê sua aprovação crescer em todas as regiões do país. Agora, além de fugir de polêmicas e adotar um tom mais moderado, ele deverá se amparar no programa de governo que antes fora criticado quando gerido pelos governos do Partido dos Trabalhadores. Deverá vir justamente do calendário Bolsa Família 2020 a ajuda a Bolsonaro.
Apesar de se comportar como se estivesse o tempo todo protagonizando uma ópera-bufa, a maior parte do eleitorado que optou por Bolsonaro como alternativa de projeto para o Brasil esperava que a economia estivesse bem. E assim como as demais áreas deste governo, a economia não vai nada bem.
São diversos os desastres decorrentes da gestão do governo federal. Os maiores índices de queimadas e desmatamentos, 100 mil mortos pela covid-19 por conta de total ausência de um plano de enfrentamento à doença e, não tão grave quanto os aspectos anteriores, porém, o que mais fustiga os liberais: uma projeção de PIB vergonhosa.
Pouco importa para quem elegeu Bolsonaro pensando na economia se estamos perdendo a Amazônia. Por isso, mesmo sob um desgoverno, a popularidade do presidente se mantinha muito ruim, porém estável. Agora, com a ajuda chegando aos rincões do país, o povo sentiu na pele a vida melhorar um pouco. Se Bolsonaro não queria pagar os R$ 600 do auxílio emergencial e só o fez por conta da determinação do Congresso, isso daí não chega para todo mundo.
Até 2022 há muito terreno pela frente, e Bolsonaro não terá como recuperar todo o mal que fez ao país na educação, no meio ambiente. Bolsonaro também não terá como reverter as milhares de mortes por covid-19, e deverá, como ele mesmo disse, “seguir a vida”. Sem nem mesmo uma saída para a economia, visto que nunca teve plano e seu “posto Ipiranga”, o ministro Paulo Guedes, nunca deu jeito, só restará surfar nas políticas sociais com a cara de pau que só o nosso presidente tem.
