Cultura -
‘Sem maquiagem’ aborda uberização do trabalho de mulheres
Termômetro da Política
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'Sem maquiagem', de Ludmila Costhek Abílio, aborda uberização do trabalho de mulheres revendedoras de cosméticos
‘Sem maquiagem’, de Ludmila Costhek Abílio, aborda uberização do trabalho de mulheres revendedoras de cosméticos (Foto: Reprodução)

Muito falamos da uberização do trabalho, afinal, somos sim influenciados pelas tendências globais do capitalismo financeiro.

Contudo, não nos esqueçamos que no fordismo à brasileira a informalidade é marca presente na morfologia do trabalho. Mulheres, especialmente periféricas e pretas, enfrentam a precarização do trabalho, ou uberização como chamamos hoje, pelo viés da informalidade. Seja pelo trabalho doméstico (do latim, domare, domar) seja pela forma de revendedora de empresas que vendem/produzem cosméticos, que exploram e geram mais-valia não só na produção (a partir da exploração de mulheres de comunidade amazônicas ) mas também da circulação das mercadorias e da revenda desses cosméticos.

As vantagens são muitas e bem sedutoras:

– sem vinculação trabalhista e portanto sem garantia e sem proteção social (férias, auxílios acidentes e afins);
– socialização dos custos e riscos para a trabalhadora, propositadamente chamado de colaborada;
– Trabalho sem carga horária determinada, o trabalho basicamente nunca para pois sempre há um cliente em potencial.

Estas mulheres e tantas outras são muitas vezes invisibilidades em discussões teóricas da precariedade do seu trabalho.

Leia também: Trabalhadores, insuportáveis mas indispensáveis

O trabalho é precário para ambos os sexos, mas sem dúvidas, a divisão do trabalho é sexual e racial, não há como não imprimir contornos e particularidades a esses sujeitos.

Por isso, mais uma vez, recomendo a leitura de ‘Sem maquiagem’, livro da Ludmila Costhek Abílio, da editora Boitempo.

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