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Romero erra ao priorizar festas ao invés da vida dos campinenses
Termômetro da Política
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Romero erra ao priorizar festas ao invés da vida dos campinenses. Não permitir abertura de bares e restaurantes foi acerto de João Azevêdo.
Romero Rodrigues vai recorrer da decisão que manteve bares e restaurantes fechados. Foto: divulgação/Ascom-CG

A possibilidade de erro ou acerto em qualquer tomada de decisão costuma ser de 50%. Mas no caso do anúncio do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), de recorrer da decisão que manteve a proibição do funcionamento de bares e restaurantes durante as festas de fim de ano, não há margem para acerto. Isso por uma questão simples até mesmo para os negacionistas: os casos do novo Coronavírus estão em ascensão e tendem a causar muitas mortes ainda.

Romero erra ao priorizar festas ao invés da vida dos campinenses. A decisão de não permitir o funcionamento de bares e restaurantes além das 15h nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro foi um acerto do governador João Azevêdo (Cidadania). Uma decisão, diga-se de passagem, até tardia. Já a do prefeito, de editar um decreto no sentido contrário, foi equivocada e consonante apenas com o grupo da sociedade afeito ao baile sobre o precipício.

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O governador entrou na Justiça e conseguiu a derrubada do decreto municipal. O prefeito agora fala em recorrer, munido da falaciosa garantia de que a pandemia está controlada na cidade. Não custa lembrar que 3.582 pessoas já foram vítimas da Covid-19 na Paraíba. Dificilmente os familiares deles vão concordar com a tese de “controle” da doença. O discurso do libera geral combina com o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), cúmplice das 190,1 mil mortes sob o discurso da cloroquina.

O prefeito visa, com isso, o confronto com o governador João Azevêdo daqui a dois anos e adota, neste momento, o discurso contrário ao do Estado. Um discurso que se mantém vivo graças à visão louca e irresponsável dos que têm pouco apreço com a vida humana. A classe política, diga-se de passagem, sambou na cara do perigo durante a campanha. Eles se expuseram e colocaram a vida das pessoas em risco. E agora tem uma conta que precisa ser paga.

Só que pagá-la com a vida, mesmo a dos outros, torna a dívida mais cara.

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