Geral -
Clubes paraibanos dão adeus a 2020 e ao dinheiro do Estado
Termômetro da Política
Compartilhe:
Após fraudes, clubes paraibanos dão adeus a 2020 sem dinheiro do governo do Estado e nem perspectivas de campeonato para o ano que vem.
Clubes paraibanos usaram CPFs falsos e de mortos para fraudar o Gol de Placa. Foto: Divulgação

A Paraíba tem 15 clubes acusados de terem “roubado” dinheiro do programa Gol de Placa do governo do Estado. Deles, apenas um demonstrou interesse de devolver os valores e, com isso, receber os recursos do programa Paraíba Esporte Total. Trata-se do Botafogo, justamente o maior devedor, com saldo negativo de R$ 3,2 milhões. Com isso, os clubes paraibanos dão adeus a 2020 e ao dinheiro do Estado.

A dívida não é pequena e ela foi construída ao longo de cinco anos de desvios, com dados aferidos pela Secretaria da Fazenda Estadual. Outros grandes devedores, como Campinense (R$ 2 milhões), CSP (R$ 829 mil) e Atlético de Cajazeiras (R$ 780 mil), não mexeram uma palha para quitar a pendência. Eles têm que assinar um acordo de leniência com o Estado, se comprometendo a devolver o dinheiro roubado. Depois disso, podem voltar a receber verbas.

Confira a dívida de cada um dos clubes paraibanos:

Botafogo-PB – R$ 3.233.410,00

Campinense – R$ 2.015.980,00

CSP – R$ 829.180,00

Atlético de Cajazeiras – R$ 780.620,00

Sousa – R$ 766,610,00

Treze – R$ 618.370,00

Auto Esporte – R$ 599.950,00

Serrano-PB – R$ 564.770,00

Paraíba de Cajazeiras – R$ 397.850,00

Nacional de Patos – R$ 223.800,00

Desportiva Guarabira – R$ 223.600,00

Santa Cruz de Santa Rita – R$ 211.300,00

Internacional-PB – R$ 208.760,00

Lucena (São Paulo Crystal) – R$ 165.330,00

Esporte de Patos – R$ 139.200,00

A fraude ao antigo Gol de Placa acontecia com os clubes usando CPFs falsos, de mortos ou de pessoas que nunca pisaram na Paraíba para trocá-los por ingressos. Daí, o governo do Estado pagava pela “arrecadação” das agremiações. O esquema foi descoberto pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, durante a operação Cartola.

Mais recentemente, os clubes fizeram uma reunião na Federação Paraibana de Futebol (FPF) e decidiram não realizar o Campeonato Paraibano de 2021. Eles cobravam do governo os recursos do Gol de Placa de 2019, suspenso pelo Estado após descobrir as fraudes, e do Paraíba Esporte Total deste ano. Cada edição previa repasses de R$ 4,1 milhões em renúncia fiscal para serem usados pelos clubes.

A pressão não deu certo. O Estado anunciou que só liberaria os recursos de 2020 e se os clubes se comprometessem a pagar as dívidas. Os de 2019, como eram de renúncia fiscal, a possibilidade de recebimento se esvaiu com o fim do exercício financeiro daquele ano. Da primeira divisão do Paraibano, apenas Botafogo, em vias de assinar o acordo de leniência, Perilima e Sport-PB estarão aptos a receber os recursos deste ano.

Já os outros clubes paraibanos dão adeus a 2020 e ao dinheiro do Estado. Ainda não há certeza sobre a realização do Campeonato Paraibano de 2021.

Compartilhe: