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Parlamentares pedem que TCU investigue compra de leite condensado do governo Bolsonaro
Termômetro da Política
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Itens supérfluos chamaram atenção nos gastos do governo federal; só com leite condensado foram R$ 15 milhões (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Quem vai ao supermercado percebe que fazer a feira do mês ficou mais caro. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), houve alta no preço da cesta básica em todas as capitais do país ao longo de 2020. Mas o brasileiro certamente gastou menos com alimentos que o presidente da República. Com a soma das compras de gêneros alimentícios o governo federal atingiu o valor de R$ 1,8 bilhão. Só para se ter uma ideia, foram gastos R$ 15 milhões apenas com leite condensado. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) protocolaram nesta terça-feira (26) representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra a Presidência da República a respeito dos gastos do Executivo em alimentação.

Segundo os parlamentares, é necessária uma análise criteriosa por parte do TCU para averiguar os excessos de gastos.

A representação é uma resposta a notícias veiculadas no último dia 24 na imprensa, que revelou um aumento de gastos com as compras de caráter alimentício efetuadas pelo governo federal: no último ano, todos os órgãos do Executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos — um aumento de 20% em relação a 2019. Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram mais de R$ 1 milhão pagos.

De acordo com o levantamento, feito com base em dados públicos, só em goma de mascar foram R$ 2.203.681,89 aos cofres públicos. Molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta, juntos, somam por exemplo mais de R$ 14 milhões. Em leite condensado foram gastos R$ 15.641.777,49. Pizza e refrigerante também fizeram parte do cardápio do ano: débito de R$ 32,7 milhões dos cofres da União.

Para os parlamentares, em alguns órgãos a conta pode ter sido mais alta e o cardápio mais variado. A maior parte das compras e o montante mais alto é ligado ao Ministério da Defesa. Foram mais de R$ 632 milhões com alimentação. A compra de vinhos, por exemplo, que somou R$ 2.512.073,59, foi quase toda bancada por eles.

No documento, os parlamentares solicitam ao TCU para que adote medidas rígidas para verificar a legalidade, legitimidade e economicidade das compras efetuadas a título de alimentação pelo governo federal, aplicando as sanções cabíveis.

Ainda na representação, os parlamentares ressaltaram que, “em meio a uma grave crise econômica e sanitária, o aumento de gastos apontado pelas matérias é absolutamente preocupante, tanto pelo acréscimo de despesas como pelo caráter supérfluo de muitos dos gêneros alimentícios mencionados”.

Fonte: Agência Senado

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