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Pesquisadores da UFPB desenvolvem filtros capazes de inativar o novo coronavírus
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Materiais filtrantes também servem para uso doméstico, como em condicionadores de ar e máscaras de proteção facial (Foto: Divulgação/UFPB)

Professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) concluíram a criação de quatro materiais filtrantes que inativam o vírus causador da covid-19 e podem ser utilizados em ambiente hospitalar ou em centrais de ar condicionado. Após passarem por testes de certificação, foi comprovada a eficácia de 99,9% a 99,99% nos modelos de filtragem criados.

Eficazes contra o vírus SarsCov-2, os materiais filtrantes também servem para uso doméstico, como filtro de condicionadores de ar, bem como para a produção de máscaras de proteção facial.

Desenvolvidos nos laboratórios LabFilm (Laboratório de Síntese e Caracterização de Filmes Finos), FABLAB (Laboratório de Fabricação Digital), LAFECC (Laboratório de Farmacologia Experimental e Cultivo Celular) e o parceiro Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), os materiais filtrantes são baseados em nanopartículas de prata acrescidos de um compósito cerâmico.

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O primeiro protótipo desenvolvido teve o objetivo de atender demanda dos profissionais de odontologia da UFPB, referente a um aspirador de ponta ativa, o qual teve financiamento do Edital 003/2020 – FAPESQ/SEECT – Projeto de Monitoramento, Análise e Recomendações para Rápida Implementação Diante da Pandemia de covid-19 da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba.

Participaram do projeto os professores Flávia Aquino e Euler Macêdo (Centro de Energias Alternativas e Renováveis – CEAR), Ricardo Dias de Castro (Centro de Ciências da Saúde – CCS), Alexandre Rezende Vieira (Universidade de Pittsburgh e Prof. visitante do Departamento de Clínica e Odontologia Social/CCS), Rosa Helena Wanderley e Vitor Marques Filgueiras (Hospital Universitário Lauro Wanderley), além da colaboração de professores do Centro de Tecnologia (CT) e CEAR e alunos de pós-graduação do PPGER (Energias Renováveis), PPGEM (Engenharia Mecânica) e PPGO (em Odontologia) da UFPB e da graduação da Engenharia Mecânica.

A professora Kelly Gomes, que coordena o projeto, informou que os inventores estão nos trâmites para a realização da proteção do invento junto à Agência UFPB de Inovação Tecnologia (Inova/UFPB), e em seguida visam buscar o PCT (tratado de cooperação de patentes). No entanto, a tecnologia já está disponível para licenciamento para empresas interessadas em comercializá-la.

Ainda segundo a professora Kelly Gomes, a ideia é que os materiais filtrantes possam ser aplicados em diversos equipamentos, como ar-condicionado, central de ar, purificadores de ar para uso hospitalar e odontológico, mas que também seja utilizado em máscaras de proteção a preços mais acessíveis do que aqueles praticados no mercado. “Já estamos buscando parcerias junto empresas da Paraíba para colocarmos a tecnologia à disposição da sociedade”, informou.

As máscaras produzidas com a nova tecnologia deverão ser disponibilizadas, também, para a comunidade acadêmica da UFPB e para o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), informou a pesquisadora.

O desenvolvimento dos protótipos

Professora do Departamento de Engenharia de Energias Renováveis, Kelly Gomes explicou que os materiais filtrantes foram desenvolvidos no Laboratório de Síntese e Caracterização de Filmes Finos – LabFilm/CEAR e submetidos a teste virucida em laboratório credenciado, seguindo as Recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e metodologias descritas nas normas ISO 18184/ 2019-06-25 e do Instituto Robert Koch – RKI. A validação da eficácia dos materiais filtrantes foi atestada pelo Laboratório de Virologia do Instituto de Biologia da Unicamp.  

Segundo Kelly Gomes, por uma questão de segurança, a análise não utilizou especificamente o vírus da covid-19, mas um da mesma família do coronavírus, com capacidade de validar o teste. Expostos ao vírus durante um tempo elevado (mais de 100 vezes o utilizado para validar máscara de proteção do tipo N95), dois dos quatro materiais filtrantes apresentaram 99,9% de eficácia e para os outros dois modelos o resultado foi de 99,99% de segurança na inativação do vírus.

Ainda segundo a coordenadora do projeto, em princípio, o estudo para criação de filtros anticovid-19 tinha foco no ambiente hospitalar, em atendimento a uma demanda de profissionais de Odontologia, mas os pesquisadores envolvidos verificaram que era possível estender a aplicação dos produtos criados para o combate ao vírus da covid-19 em ambiente doméstico, por exemplo.

O projeto de criação dos protótipos, desenvolvido desde o ano passado por uma equipe multidisciplinar formada por professores da UFPB, contou com o financiamento da Fapesq (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba), com uma verba no valor de aproximadamente R$ 146 mil.  

Fonte: UFPB

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