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Orquestras Sinfônicas da Paraíba voltam a realizar concertos presenciais após dois anos de pandemia
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Músicos das duas orquestras paraibanas iniciaram os ensaios para voltar a emocionar presencialmente o público (Foto: Divulgação/Secom-PB)

As pessoas que gostam de música erudita e do repertório popular executado por orquestra já podem voltar à Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, a partir deste mês de março, para ver novamente a atuação da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) e da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba (OSJPB). A queda no número de casos e mortes por covid-19, motivada pelo esquema de vacinação e pelos protocolos de segurança adotados pelo Governo do Estado, possibilitou o retorno das apresentações após dois anos de pausa durante a pandemia.

Os músicos das duas orquestras paraibanas iniciaram os ensaios para voltar a emocionar presencialmente o público, que antes da pandemia do novo coronavírus marcava presença nas noites de quinta-feira para apreciar a música executada nos concertos. O primeiro concerto da Temporada 2022 da Orquestra Sinfônica da Paraíba será nesta quinta-feira (24), e o da Orquestra Jovem no próximo dia 31, ambos às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), tendo à frente o maestro Luiz Carlos Durier, regente titular das duas orquestras.

Este primeiro concerto da temporada da OSPB terá início com a execução da música “Ouverture Des Teufels Lustschloss, D. 84”, do compositor Franz Schubert; “Intermezzo n. 1 e Intermezzo n. 2”, de autoria de Yasily Kalinikov; e “Sinfonia n. 23 em Ré Maior, KV.181/162b”, de Wolfgang Amadeus Mozart.

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Após o intervalo, os músicos da orquestra vão executar as peças “Duas Canções sem Palavras para Pequena Orquestra, Op. 22”, com os movimentos Country Song e Marching Song, composta por Gustav Holst, e “Suíte em Ré Maior, Op. 49 (Prelúdio, Sarabande, Gavotte, Romance e Final)”, de Camile Saint-Saens. O concerto será encerrado com a execução da ópera “A Feira de Sorontchinsky – Dança Hopak”, do compositor Modest Mussorgsky, com orquestração de Leopold Weninger.

O maestro Luiz Carlos Durier falou sobre esse repertório escolhido para marcar o retorno dos concertos. “A Orquestra Sinfônica vai trazer para o publico música leve e de fácil assimilação. Leve porque nós estamos voltado de um período de silêncio de todas as atividades artísticas e de fácil memorização porque o publico vai ter a possibilidade de sair do concerto com as melodias que nós vamos tocar na cabeça. Então, a nossa expectativa é de que o público goste e nós vamos nos esmerar para fazer um belíssimo concerto para ele”, destacou.

Programação on-line

Com a pandemia da covid-19, veio a necessidade de isolamento domiciliar a partir de março de 2020, quando os concertos das orquestras profissional e jovem tiveram que ser suspensos. No entanto, para o público não perder o contato com a música de concerto, a Funesc disponibilizou trechos de apresentações realizadas em temporadas de anos anteriores no seu canal no YouTube, dentro da programação online “Funesc na Rede”.

No YouTube da Fundação Espaço Cultural também houve transmissões ao vivo, em edições do Painel Funesc, abordando questões sobre a Orquestra Sinfônica da Paraíba. O primeiro foi “Os caminhos da música na Paraíba e a história da OSPB – fronteiras e diálogos”, com mediação do maestro Luiz Carlos Durier, tendo como convidados os músicos argentinos Carlos Rieiro e Gustavo de Paco de Gea, que atuam na Paraíba há mais de 40 anos e são testemunhas da trajetória da orquestra paraibana depois da sua reestruturação, no final dos anos 1970.

O Painel Funesc prestou homenagem ao compositor paraibano Sivuca, que faria 90 anos em 2020. O Painel, com o tema “A Trajetória de Sivuca e sua parceria com a Orquestra Sinfônica da Paraíba”, teve como debatedores os músicos Rucker Bezerra, violinista afilhado do homenageado; Lucas Carvalho, acordeonista pesquisador da obra de Sivuca, e o maestro Luiz Carlos Durier.

O maestro, professor, musicólogo e compositor paraibano José Siqueira também foi homenageado. O debate transmitido no Painel Funesc teve como tema “Vida e obra de José Siqueira: o legado do maestro paraibano que mostrou ao mundo a diversidade da música brasileira”. O ponto de partida foi a produção do documentário “Toada para José Siqueira”, dirigido pelos cineastas Rodrigo T. Marques e Eduardo Consonni, que participaram do debate ao lado da pianista Josélia Vieira e do maestro Durier.

Retorno dos concertos

Na opinião do diretor executivo da Orquestra Sinfônica da Paraíba, Márcio Carvalho, a pandemia mostrou que o ser humano não vive sem arte. “A música, para muitos, foi apoio nesses tempos sombrios de medo e insegurança. Para os músicos, ficar sem tocar e ter o trabalho interrompido trouxeram prejuízos que vão além do seu orçamento familiar. Ter de volta sua rotina de estudo e referência musical é primordial para um músico de Orquestra”, destacou.

Márcio Carvalho explicou que o planejamento desta temporada começou há 8 meses, quando ainda estávamos em curva ascendente de casos, porém com as vacinas já disponíveis. “Muito do que está sendo adotado nos ensaios ocorre de maneira experimental de modo que consigamos encontrar a fórmula ideal de trabalho desse grupo que é tão grande, de maneira que possamos entregar espetáculo de qualidade com toda segurança necessária”, afirmou o diretor da OSPB.

Para o maestro Luiz Carlos Durier, foi bastante difícil para os artistas terem que conviver com a necessidade de suspender os concertos. “O sentimento era de muita tristeza, de muita incapacidade e de impotência diante das coisas tão graves que estavam acontecendo em virtude da pandemia. Nós tivemos que sentar, controlar as emoções e seguir em frente na esperança de que tudo aquilo passasse rápido”.

Ele lembrou que as apresentações artísticas foram as primeiras atividades a parar e uma das últimas a retornar. “Nós estamos retornando paulatinamente para dar continuidade a um trabalho tão importante e tão gratificante para todos nós. A nossa expectativa para esse retorno é como se fosse um recomeço. A cada concerto nós vamos crescendo técnica e artisticamente, então eu tenho que pensar na sonoridade da orquestra, criar todo um clima para que possa inspirar os músicos a tocar o repertório que está proposto para esse semestre e para a temporada toda”, observou. 

Durier destacou a importância da seleção de novos músicos para viabilizar essa retomada das atividades. “Nós realizamos as audições, graças ao Governo do Estado, por meio da Fundação Espaço Cultural, que nos proporcionou essa demanda bastante importante, porque a orquestra só pode existir neste momento, de fato, se tiver os bolsistas da sinfônica. E os bolsistas da sinfônica jovem são um grande incentivo para que esses alunos continuem estudando, se desenvolvendo e crescendo artisticamente”.

Para a retomada dos concertos das sinfônicas paraibanas, serão adotadas todas as medidas de segurança determinadas pelas autoridades sanitárias, a exemplo de uso de máscara e disponibilidade de álcool 70%. Para conseguir um distanciamento favorável, o número de músicos dentro da sala de concerto será reduzido, de forma que não haja perda da qualidade sonora e artística do repertório que será apresentado.

“Os primeiros eventos que o Governo do Estado, como promotor de atividades culturais, vai realizar nesse período de flexibilização na pandemia serão os concertos da Sinfônica da Paraíba no dia 24 e o primeiro concerto da Sinfônica Jovem da Paraíba no dia 31 de março. Esperamos que tudo dê muito certo e que realmente seja um novo recomeço, um início para que a gente possa, de fato, levar uma boa música, um bom entretenimento para as pessoas”, finalizou o maestro.

Serviço

Orquestra Sinfônica da Paraíba

Concerto de abertura da Temporada 2022

Dia: 24 de março

Hora: 20h30

Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira

Regência: Maestro Luiz Carlos Durier

Fonte: Secom-PB

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