Cultura -
Com olhar sensível sobre componentes sociais, médica busca inspirar profissionais de saúde em seu novo livro
Felipe Gesteira
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Mayara Floss e a sensibilidade de quem busca “furar a bolha da perplexidade de ser humana neste mundo e estar no lugar de privilégio que é poder cuidar das pessoas” (Foto: Arquivo pessoal)

Diabetes, hipertensão, dor de cabeça, dificuldades familiares e desemprego. Diante de enfermidades e problemas listados, a médica pergunta ao paciente qual era aquele que mais o afligia. Sem hesitar, ele responde: a seca.

Foi a partir das reflexões sobre dificuldades, questionamentos e esperanças que surgiu o “Diário dos Abraços” (Editora Coragem, 2022, 282 páginas). Ao longo de mais de dez anos, a escritora e médica Mayara Floss produziu textos que abordam questões sobre acesso à saúde pública com a sensibilidade de quem vivencia a realidade da atenção primária. A história do paciente que tem a seca como maior problema é uma das mais de cem contadas por Mayara em seu novo livro.

Defensora do Sistema Único de Saúde, Mayara Floss ressalta a importância de se analisar o contexto social dos pacientes. “O maior determinante de saúde hoje não é o código genético, é o código de endereçamento postal – o CEP – onde a pessoa nasceu, onde ela vive, o que ela come (ou o que ela não come). Não tem como começar a falar de saúde sem falar do contexto social ou dos determinantes sociais de saúde”, explica a médica.

A trajetória do livro atravessa os locais por onde a escritora vivenciou sua formação. Mas o impulso para a publicação surgiu em um café com o escritor Eduardo Galeano. Para além de um ‘abraço’ a quem lê a obra, Mayara busca “furar a bolha da perplexidade de ser humana neste mundo e estar no lugar de privilégio que é poder cuidar das pessoas, conhecer as suas casas, e participar da construção das mudanças”.

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Para além dos abraços, o livro aborda temas referentes à formação médica, como comunicação clínica, meios de dar más notícias, cuidados paliativos, racismo, LGBT+fobia entre muitos outros, mas sem a tecnicidade ou evitando o “mediquês”.

“Eu espero que este livro seja um caminho para jovens profissionais enxergarem o que muitas vezes passa por invisível na consulta clínica, o que não aparece nos exames, o que está nas entrelinhas da consulta. Outras vezes está gritante mas que não aparece no prontuário, como por exemplo, o contexto de atender na seca. Quando estive em Caruaru a Unidade de Saúde havia sido assaltada para roubar a caixa d’água. Não roubaram os computadores, mas a água. Esses contextos são fundamentais, e atravessam o cuidado, mas quem está preparado para atuar num cenário de seca?”, questiona a médica.

“Diário dos Abraços” está em pré-venda no site da Editora Coragem até o dia 25 deste mês e a previsão de entrega é para agosto (Foto: Divulgação)

Apesar de se aprofundar em temas pertinentes à formação de profissionais da Medicina, Mayara chama atenção para a possibilidade de sensibilizar tanto profissionais experientes quanto pessoas de fora da área da saúde. “Penso que profissionais mais experientes e envolvidos na formação médica possam encontrar no livro um material interessante para sensibilização. Mas reforço que o Diário dos Abraços é um material para todas as leitoras e leitores”.

O livro está em pré-venda no site da editora Coragem até o dia 25 deste mês e a previsão de entrega é para agosto. Em breve também serão anunciados os eventos de lançamento do livro em Porto Alegre e Florianópolis.

Clique aqui para acessar a pré-venda do “Diário dos Abraços”


Confira a entrevista com Mayara Floss

Termômetro da Política – Como surgiu a ideia de escrever o Diário dos Abraços?

Mayara Floss – Escrever sobre a minha formação foi uma forma de refletir sobre as dificuldades, questionamentos e esperanças. A conversa com Eduardo Galeano com a leitura de alguns contos no Café Brasilero, em 2013, foi fundamental, daí a referência “aos abraços”. Na época eu estava no quarto ano do curso de Medicina, que foi a fagulha para escrever, tomar um café com um dos autores que considero mais importantes na minha formação foi um ponto de virada. Mais tarde, enviei o primeiro manuscrito para a escritora Maria Valéria Rezende que me respondeu o manuscrito com as folhas reordenadas em um diário cronológico. Ela falou “Mayara isso é um diário”. Assim surgiu a ideia do título e a organização do “Diário dos Abraços”. Mais tarde com a ajuda do Mauro Paz, escritor portoalegrense, revisitei cada texto e fiz um exercício de reescrever, até chegar neste livro.

Do que mais você sentiu falta na tua formação médica?

Costumo dizer que cursei Medicina pelas “bordas” nas comunidades da cidade do Rio Grande onde fiz faculdade. Desde o começo da formação me envolvi junto com outros colegas na criação de um projeto de extensão e educação popular chamado de “Liga de Educação em Saúde”, assim a inserção desde o começo me manteve com os “pés no chão” da realidade local e questionando a realidade do Brasil. Sentia falta do reconhecimento e de espaço para a Atenção Primária à Saúde. A formação era muito centrada no hospital e em muitos aspectos desconectada da realidade.

Existe uma lacuna a respeito da percepção do contexto social dos pacientes para o médico recém-formado?

Existe. Atualmente, oito em cada dez pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no mundo vivem em áreas rurais, e a maioria são mulheres! A mortalidade materna é 77% maior em mulheres negras. Agora pergunta para os profissionais de saúde quantas aulas tiveram sobre saúde rural ou racismo estrutural? Esta percepção e sensibilização na formação são fundamentais para pensarmos em saúde, em garantir o cuidado para quem mais precisa. Em 1971, um médico de família e comunidade chamado Julian Tudor-Hart escreveu um artigo interessante e muito atual que ​​a oferta de cuidado em saúde e social de qualidade é inversamente proporcional à necessidade de uma população. Ou seja, quem precisa mais, tem menos acesso.

Como foi para você se deparar com a realidade logo que começou a atuar como médica?

Foi fundamental para entender que não existem comprimidos para tratar problemas sociais. Mas ao mesmo tempo ainda há muita desinformação e despreparo para atuar em locais com especificidades como favelas, áreas indígenas, áreas rurais. Por outro lado, conhecer o contexto é a melhor maneira para mudá-lo. Há a necessidade de políticas públicas, de trabalhos com a comunidade e atuações tanto dentro quanto fora do consultório para podermos transformar a realidade. A saída para pensarmos em outras realidades possíveis é coletiva. Inclusive com a inclusão de diversas profissões, não só da área da saúde – e muito menos apenas profissionais da Medicina – como também, por exemplo, profissionais da Arquitetura e Urbanismo para repensar as habitações; engenheiros para resolver situações de saneamento e etc.

Em palestra no instituto de estudos avançados da USP falando sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde das pessoas que vivem no Brasil (Foto: Arquivo pessoal)

Qual a importância do contexto social para o tratamento do paciente?

O maior determinante de saúde hoje não é o código genético, é o código de endereçamento postal – o CEP – onde a pessoa nasceu, onde ela vive, o que ela come (ou o que ela não come). Não tem como começar a falar de saúde sem falar do contexto social ou dos determinantes sociais de saúde. Outro grande determinante da saúde deste século que ainda fala-se pouco é do impacto das mudanças climáticas.

Você percebe falta de sensibilidade da classe médica de uma forma geral em relação às desigualdades sociais?

Infelizmente, a resposta curta é sim. Mas é uma resposta complexa e que não dá para generalizar ao se falar da categoria médica, tem muitas pessoas comprometidas e atentas aos determinantes sociais e ao cuidado. A questão é como sensibilizar, como pensar a formação. Fica sempre a dúvida se estamos formando profissionais para o mercado ou para as necessidades da população. Quais são os princípios que estão organizando os cuidados em saúde e a formação médica? Por exemplo, apenas cerca de 12% das pessoas em países de baixa renda receberam pelo menos uma dose da vacina para covid, sinto que pouco se fala sobre essas brutais diferenças e iniquidades. Digo isso porque neste aspecto (e em diversos outros) o mercado está mais atuante do que o direito à saúde, e isso é um exemplo da lente distorcida dos profissionais da Medicina.

Qual a importância de programas sociais que buscam levar o médico até o paciente, nos lugares mais distantes?

Como falei antes sobre a maior parte das pessoas em situação de pobreza estarem localizadas em áreas rurais e remotas, ou “mais distantes” é essencial para pensarmos em equidade. Nesse sentido, é importante determinar que a definição de rural que utilizo inclui populações do campo, das águas e das florestas. A Organização Mundial de Saúde re-lançou recentemente as orientações para a atração, recrutamento e retenção de profissionais de saúde em áreas rurais. O exemplo brasileiro revisado na orientação foi o programa “Mais Médicos”, ainda que com muitas fragilidades e críticas, o programa demonstrou que é possível garantir acesso à saúde em áreas rurais e remotas – apesar de não ter conseguido sustentabilidade nas trocas de governo. É importante para se pensar em fixação de profissionais em áreas rurais e remotas que é necessária infraestrutura de atendimento (tem medicação? Tem condições de atendimento? Tem como referenciar casos graves com segurança? Tem um plano de carreira? Tem um contrato estável com garantia das leis trabalhistas?). Caso contrário estas populações ficarão muitas vezes como um espaço para recém-formados sem experiência, sem treinamentos específicos e sem garantia de continuidade no cuidado. Para além das condições de trabalho, é importante pensar nas condições para se viver – o profissional tem acesso à cultura, à moradia digna, a momentos de descanso? Pode seguir estudando e se aperfeiçoando? O profissional de saúde consegue ter estrutura para família, tem suporte (escola para crianças, emprego para cônjuge, etc)? Por outro lado há tanto a necessidade de a formação na graduação médica ser mais orientada para áreas rurais e para necessidades locais, como por exemplo acontece na Austrália com os caminhos ou pipelines da formação para o rural, quanto a necessidade da formação na pós-graduação como nas residências de Medicina de Família e Comunidade com habilidades específicas para áreas rurais e remotas. Infelizmente no Brasil ainda não existe uma formalização de residências em áreas rurais nem de treinamento específico de habilidades para o cuidado de populações rurais e remotas como com anos extras de residência.

Como você avalia o impacto do SUS na assistência de Saúde no Brasil?

Mais de 150 milhões de brasileiros dependem do SUS. E o financiamento da saúde está congelado. Vivemos um momento triste de sobreposição de crises e de uma entrada agressiva do setor privado na gestão pública, por exemplo, com a administração de unidades de saúde em grandes cidades, como é o caso das OS [organizações sociais que gerem serviços públicos de saúde de forma terceirizada]. Ao mesmo tempo que é o maior sistema de saúde pública do mundo. Vejo que mecanismos de participação social que tiveram uma história de luta tão importante na constituição do SUS na década de 80, 90 estão esvaziados, quantas pessoas que lerem essa entrevista conhecem os seus conselhos locais de saúde? Toda Unidade de Saúde deveria ter um. Por outro lado, temos profissionais engajados (e sobrecarregados) na assistência, na linha de frente. Tem sido recorrente os relatos de burnout nas equipes de saúde do SUS, nos mais diferentes contextos, da atenção primária à UTI – em grande parte pela precarização dos contratos e sobrecarga ou sucateamento do serviço público. Nenhum plano de saúde se compara com o SUS que é um direito, as pessoas não são produtos, saúde não se compra nem se vende. O SUS é um sistema complexo que faz desde transplantes até o teste do pezinho – e que todos os cidadãos deste país devem se envolver para garantir os seus direitos.

Como você vê a relação do Governo Bolsonaro com o cuidado e assistência à saúde?

Veja, atualmente atendo muitos pacientes em insegurança alimentar, ou muitos que estão passando fome ou que não terão comida até o final do mês. Já falei aqui, não tem remédio para problemas sociais, e mais de 60 milhões de pessoas no Brasil estão em situação de insegurança alimentar, infelizmente essa é a dureza de voltar para o mapa da fome. A gente vê no consultório o sofrimento das pessoas em empregos informais e que não conseguem mais sustentar a família, como as e os motoristas de aplicativos, tanto pelo preço da gasolina, quanto pela situação de subempregos. Pessoas que perderam seus benefícios sociais por doenças graves e que não têm outra renda nem condições de voltar ao trabalho. E mesmo pessoas que acabaram perdendo o Bolsa Família. É desolador ver as pessoas voltando a queimar coisas para cozinhar um alimento, além de ser muito tóxico pela poluição do ar. Morreram mais de 670 mil pessoas no Brasil em decorrência da pandemia da covid-19, até agora. Infelizmente estamos começando novamente a ter uma subida dos casos e a desarticulação entre o governo federal, estadual e municipal coloca diversas barreiras para proteção da população – e isso tem um grande papel na falta da presença do Estado. São escolhas deste governo. Devemos lembrar das notícias falsas, ou fake news, e a desinformação na época da pandemia como o absurdo do “kit covid”, o atraso do início da vacinação. Nos últimos anos os estados do Sul do país têm sofrido com cada vez secas mais severas, poucas pessoas relacionam isso ao desmatamento da Amazônia. A floresta produz os chamados “rios voadores” que se transformam em chuva em diversas regiões do país – como um governo pode levar leis a fomentar garimpo nesses locais? Nem podemos esquecer do desastre das queimadas no Pantanal. O Brasil é o país que mais mata ativistas ambientais no mundo, a maioria indígenas. Hoje, com esse governo a gente atende adolescentes e adultos jovens que sofrem da chamada “solastalgia” um termo que se refere a ansiedade relacionadas às mudanças ambientais e climáticas relacionadas às modificações humanas. Outro fator é por exemplo a reestruturação da Atenção Primária à Saúde, considerada a base de todo bom sistema de saúde, com a redução do protagonismo das Agentes Comunitárias de Saúde colocando em cheque muito do que o Brasil já foi reconhecido e premiado internacionalmente – mas principalmente porque a população, principalmente a mais vulnerável, é a que mais sofre. Outras questões são a demora nos encaminhamentos, a desestruturação dos serviços de assistência psicossocial, enfim, o desmonte em diversas frentes. Vivo hoje, com este governo, a pior situação de trabalho tanto pelos determinantes sociais, violências, quanto pela falta de investimentos e repasses no SUS, desde que me formei.

Existe uma “bolha” entre os médicos e estudantes de Medicina? Se sim, como ‘furar’ essa bolha?

Existem muitas bolhas. Por vezes conseguimos sair, atravessar e por outras para poder terminar a graduação ou a pós-graduação precisamos conviver nela. Mas o principal é o descolamento da realidade, voltamos à “lei dos cuidados inversos” que falei anteriormente, estamos formando profissionais interessados ou condicionados para atender as pessoas que já tem muito acesso à saúde. Precisamos sensibilizar e trabalhar assuntos na formação que muitas vezes ficam em segundo plano, como “menos importantes”, como comunicação clínica, como dar más notícias, cuidados paliativos, racismo, LGBT+fobia entre muitos outros. O livro traz contos e reflexões sobre estes temas, mas sem a tecnicidade ou evitando o “mediquês”.

Como você espera tocar os médicos com seu Diário dos Abraços?

O Diário dos Abraços não é apenas um livro para profissionais da Medicina, acho que é o furar a bolha da perplexidade de ser humana neste mundo e estar no lugar de privilégio que é poder cuidar das pessoas, conhecer as suas casas, e participar da construção das mudanças. Eu tive muita sorte de poder ter realizado uma formação que me permitiu conhecer a Atenção Primária à Saúde do Brasil na cidade e nas áreas rurais e fora do nosso país com o Ciência Sem Fronteiras. Eu espero que este livro seja um caminho para jovens profissionais enxergarem o que muitas vezes passa por invisível na consulta clínica, o que não aparece nos exames, o que está nas entrelinhas da consulta. Outras vezes está gritante mas que não aparece no prontuário, como por exemplo, o contexto de atender na seca. Quando estive em Caruaru a Unidade de Saúde havia sido assaltada para roubar a caixa d’água. Não roubaram os computadores, mas a água. Esses contextos são fundamentais, e atravessam o cuidado, mas quem está preparado para atuar num cenário de seca? Por outro lado, penso que profissionais mais experientes e envolvidos na formação médica possam encontrar no livro um material interessante para sensibilização. Mas reforço que o Diário dos Abraços é um material para todas as leitoras e leitores.

O que é preciso para melhorar o atendimento médico no Brasil?

Trabalhar a formação médica para formar pessoas preparadas para as necessidades da população. É importante frisar que essa formação não é apenas a Medicina, precisamos descentralizar da figura médica e trabalhar a transdiciplinaridade. Fortalecer o SUS, investir e trabalhar para melhores condições de trabalho para todas as categorias – não há bom atendimento em saúde sem equipe.

Vi que você também publicou um livro de poesias. Qual a tua relação com a poesia? Pretende retomar este gênero em publicações futuras?

No final do ano passado publiquei o Aquafaba pela editora Escaleras. O nome que significa “água de feijão” ou “água de grão” foi uma junção de poesias escritas principalmente durante a pandemia. Pensei no livro como caldo de vida em que estamos mergulhados. A poesia sempre está presente na minha produção, então a resposta é sim, espero poder tecer mais poemas para o futuro.

Sobre a autora

Trabalho de construção das políticas para recrutamento e retenção em áreas rurais junto à OMS (Foto: Arquivo pessoal)

Mayara Floss é médica de família e comunidade, escritora, vegana, produtora e ativista. Atualmente atua na Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis. Doutoranda em Patologia pela USP. Co-autora das recomendações políticas sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde dos brasileiros do Lancet Countdown 2018, 2019 e 2021. Criadora da rede “Sementes Rurais”. Membro da WONCA Environment e da executiva da WONCA Working Party on Rural Practice. Idealizadora e coordenadora dos cursos: Saúde Planetária e Saúde Planetária para Atenção Primária. Participa do grupo brasileiro de Saúde Planetária e do IEA/USP. É idealizadora da série SUS, uma série de vídeos sobre o Sistema Único de Saúde e do projeto “Rural Videos” que produz curtas focados em equidade em saúde. Em 2017, apresentou no evento TEDx Brasil a palestra “Por que Saúde Rural?”. Ela foi membro do grupo de desenvolvimento das Diretrizes da OMS sobre Força de Trabalho em Saúde Rural: Atração, Recrutamento e Retenção. Em 2019 e 2020 com o colega Arnildo Miranda Jr gravaram e lançaram as músicas do Projeto M(Ar). Desde 2019 apresenta o podcast “Medicina em Debate”.

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