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Entidades reagem contra ataque de Pedro à liberdade de imprensa
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Candidato Pedro Cunha Lima atacou a imprensa paraibana em evento voltado para estudantes (Foto: Reprodução/Instagram/pedrocl)

Entidades paraibanas que atuam em defesa da liberdade de imprensa reagiram aos ataques desferidos pelo deputado federal e candidato ao Governo da Paraíba, Pedro Cunha Lima (PSDB), nessa quinta-feira (11), durante evento promovido pela Rede Paraíba de Comunicação.

Voltado para a formação política de jovens estudantes, o evento Sabateena Politizades tinha a plateia formada em sua maioria por adolescentes. Em seu discurso, Pedro disse que blogs políticos na Paraíba são financiados com dinheiro público para blindar o governo.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba (Sindjor-PB) e a Associação Paraibana de Imprensa (API) reagiram aos ataques do candidato.

“A entidade espera uma retratação do candidato Pedro Cunha Lima ou, em caso contrário, que ele cite nominalmente quem seriam os comunicadores que receberiam verba pública para falar bem de quem quer que seja, eliminando assim a suspeição que espalhou sobre todos e que merece nosso veemente repúdio”, disse o Sindjor-PB, por meio de nota.

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O presidente da API, Marcos Wéric, classificou a fala do candidato como inadequada. “A fala de Pedro não poderia ter ocorrido em local e momento mais inadequada, já que participava de uma sabatina com jovens e adolescentes, enquanto em todo Brasil era lida a Carta as brasileiras e brasileiros em defesa da nossa Democracia”.

Em resposta às notas divulgadas pela API e pelo Sindjor-PB, Pedro Cunha Lima disse que defende “enfaticamente a liberdade de imprensa como pilar básico da democracia”, assim como “o respeito ao exercício do jornalismo, sobretudo dos profissionais que atuam com independência”.

Confira na íntegra as notas do Sindjor-PB e da API:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba repudia as declarações do candidato ao Governo da Paraíba, Pedro Cunha Lima (PSDB), feitas durante um evento voltado ao diálogo com a juventude paraibana na tarde desta quinta-feira, 11, em uma casa de recepções em Cabedelo.

Para aquele público que está formando sua opinião sobre diversos temas, Pedro Cunha Lima colocou “boa parte” da imprensa paraibana sob suspeição. Sem citar nomes, ele atacou jornalistas e empresas de comunicação que, na opinião do tucano, seriam custeados pelo dinheiro público para “blindar” um de seus oponentes na corrida pelo Palácio da Redenção.

“Foi uma declaração extremamente infeliz do candidato. Além disso, foi feita lamentavelmente para a juventude que ficará, a depender do que ouviu de Pedro Cunha Lima, com restrições ao trabalho da imprensa paraibana. Repudiamos essa pecha e ressaltamos que nossos profissionais são éticos, talentosos e competentes. Em toda profissão há bons e maus representantes, mas não é justo, a pretexto de criticar um adversário ou sua conduta, tentar desqualificar toda uma categoria”, explicou o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Land Seixas.

A entidade espera uma retratação do candidato Pedro Cunha Lima ou, em caso contrário, que ele cite nominalmente quem seriam os comunicadores que receberiam verba pública para falar bem de quem quer que seja, eliminando assim a suspeição que espalhou sobre todos e que merece nosso veemente repúdio.

A DIRETORIA


A Associação Paraibana de Imprensa (API), entidade prestes a completar 89 anos de fundação, e que sempre esteve nas trincheiras de defesa da Democracia e da liberdade de imprensa, repudia, veementemente, os ataques proferidos pelo candidato ao Governo do Estado, Pedro Cunha Lima (PSDB) à imprensa durante sabatina com a juventude, segmento que assegurará o futuro de nossa sociedade, descredibilizando a atuação dos profissionais, em meio a um período de ameaças à democracia.

A fala de Pedro não poderia ter ocorrido em local e momento mais inadequada, já que participava de uma sabatina com jovens e adolescentes, enquanto em todo Brasil era lida a Carta as brasileiras e brasileiros em defesa da nossa Democracia.

A API lamenta a postura do candidato que com intuito de atacar opositores faz uso de expedientes que beiram a autoritarismo e são ofensivos aos profissionais de imprensa. Uma escolha inoportuna, num período em que os profissionais se tornaram alvo de ataques virtuais e físicos.

O direito ao contraditório também é sagrado e eventuais excessos devem ser coibidos na forma da lei, mas nunca, em hipótese nenhuma, os profissionais de imprensa da Paraíba devem receber, indevidamente, a alcunha de vendidos, como vociferou o deputado para uma plateia de jovens, que se desenvolvem num momento tão crítico de nossa jovem democracia.

Esta entidade ratifica a qualidade e seriedade dos profissionais de imprensa do estado da Paraíba, bem como reforça o compromisso ético e social de suas atuações.

Exigimos que o deputado se retrate de suas declarações e não recaia no imperdoável erro de criminalizar à imprensa, pilar indestrutível do estado democrático de direito.

Aos jovens e adolescentes que ouviram tal absurdo, pedimos que pesquisem a história da
Imprensa paraibana e brasileira e se entusiasmem com a verdadeira e forte contribuição que demos e continuaremos a dar ao nosso país.

A API reforça seu compromisso com a defesa da classe e da democracia, onde uma imprensa livre é pilar imprescindível.

Marcos Wéric
Presidente da Associação Paraibana de Imprensa

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