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Política -
Presidente da Fapesq denuncia uso político de evento da UFPB pela extrema direita da Paraíba
Termômetro da Política
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Roberto Germano: posição firme contra o reacionarismo e o preconceito na comunidade acadêmica (Foto: Reprodução/Facebook)

O presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), Roberto Germano, denunciou, por meio de suas redes sociais, o uso político por parte de grupos extremistas de direita no estado em evento da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o Encontro Unificado 2022, que começa nesta segunda-feira (17), em formato on-line, e que teria a participação do pesquisador paraibano como palestrante na abertura, assim como representante da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba. Após as manifestações da extrema direita como prenúncio de uso político do evento, Roberto Germano recusou o convite.

Em nota, Roberto Germano rechaçou com veemência a conversão de antemão da proposta do evento e se posicionou “contra toda e qualquer tentativa de associação de minha figura, e da instituição que represento, ao reacionarismo e ao preconceito que hoje têm instaurado uma atmosfera de insegurança na nossa comunidade acadêmica”, disse o presidente da Fapesq.

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Também por meio de nota, a UFPB declarou que “não estimula, acolhe ou admite manifestações político-eleitorais em quaisquer de seus espaços ou unidades, registrando todo evento ou incidente desta natureza, noticiando ao Tribunal Regional Eleitoral a fim de que possa tomar as providências cabíveis e responsabilizar os envolvidos”. No mesmo texto, a instituição frisa que, “caso necessário serão tomadas medidas administrativas no sentido de apurar responsabilidades de membros da comunidade acadêmica envolvidos em eventuais atos dessa natureza.”

Confira a íntegra da nota divulgada pelo presidente da Fapesq

Venho por meio deste, como presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba-@fapesq_pb e, acima de tudo, como cidadão brasileiro — comprometido e extremamente preocupado com os rumos atuais da democracia no Brasil —, declinar publicamente ao convite do X Encontro Unificado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no qual participaria na abertura como palestrante e representante da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba.

Diante do lamentável uso político do evento pela extrema-direita no estado — convertendo, de antemão, um encontro voltado para o necessário debate sobre as pautas da inovação e tecnologia, em mais uma mobilização em prol do atraso cultural e do negacionismo científico —, é meu papel rechaçar veementemente tais ações e me posicionar contra toda e qualquer tentativa de associação de minha figura, e da instituição que represento, ao reacionarismo e ao preconceito que hoje têm instaurado uma atmosfera de insegurança na nossa comunidade acadêmica.

Tenho quase 50 anos de história na UFPB, de estudante do Colégio Agrícola ―Vidal de Negreiros a docente e pesquisador, e nunca antes, desde a redemocratização do país, presenciei um contexto de tamanho descrédito da ciência e do papel do ensino superior na sociedade, alinhado a um regime autoritário insuflado pelas mesmas forças e ações que ora tentam desmoralizar nossa história, num projeto que parece claramente voltado para o sucateamento de um patrimônio que todos deveríamos proteger. São demonstrações flagrantes de ameaça ao livre-pensamento e ao compromisso com uma educação gratuita e de qualidade, garantias fundamentais de nossa Constituição. A Fapesq e eu sempre estaremos ao lado do progresso e dos avanços sociais. Nunca do retrocesso ou do ódio.

Atenciosamente,
Roberto Germano Costa

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