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Ministério Público e Polícia Civil investigam lavagem de dinheiro em igrejas evangélicas
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Material apreendido nas igrejas será analisado pelo MPRN para apurar se há envolvimento de outras pessoas nos crimes (Foto: Divulgação/MPPB)

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Polícia Civil da Paraíba cumprem nesta terça-feira (14) mandados judiciais da Operação Plata. A ação é coordenada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e conta com a participação de Gaecos (grupos de atuação especial contra o crime organizado) de oito estados e do Distrito Federal.

A investigação apura crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro proveniente de tráfico de drogas no DF, no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em São Paulo, em Santa Catarina, em Minas Gerais, em Mato Grosso do Sul, na Bahia e no Ceará. De acordo com informações dos órgãos de investigação, “laranjas” teriam lavado mais de R$ 23 milhões, inclusive em igrejas.

A investigação no Ministério Público do Rio Grande do Norte

De acordo com o MPRN, o grupo lavava o dinheiro com a compra de imóveis, fazendas, rebanho bovino, automóveis, abertura de mercados e até com a fundação de igrejas evangélicas. O principal investigado na operação é Valdeci Alves dos Santos. Ele é originário da região Seridó do Rio Grande do Norte e é apontado pelo Ministério Público de São Paulo, em ação separada, como liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que surgiu nos presídios paulistas e que tem atuação em todo o Brasil e em países vizinhos. Valdeci já estava preso na Penitenciária Federal de Brasília.

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No Rio Grande do Norte, ele tem como maior aliado o irmão, Geraldo dos Santos Filho, conhecido por Pastor Júnior. Segundo as investigações do MPRN, há pelo menos duas décadas os dois mantêm o esquema de lavagem de dinheiro, tendo como participantes seus irmãos, filhos, sobrinhos e comparsas fora da família. Ao lado da mulher dele, Geraldo é investigado por constituir um patrimônio de R$ 6,1 milhões, valor incompatível com seus rendimentos laborais declarados. A mulher dele também foi presa nesta terça-feira.

Em 2019, Geraldo Filho foi preso usando documento falso em nome de José Eduardo Medeiros de Moura. Ele e a mulher teriam constituído uma empresa jurídica para a lavagem de dinheiro. A suspeita é a de que Geraldo e a mulher, através de “laranjas”, lavavam dinheiro também através de igrejas evangélicas. Em nome desses laranjas, a suspeita é que o casal abriu pelo menos sete igrejas nos Estados do Rio Grande do Norte e São Paulo. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão em algumas dessas igrejas.

O material apreendido nas igrejas será analisado pelo MPRN para apurar se há envolvimento de outras pessoas nos crimes. Valdeci já estava preso na Penitenciária Federal de Brasília, onde foi cumprido novo mandado. Geraldo e outras cinco pessoas foram presas no Rio Grande do Norte nesta terça e encaminhadas ao sistema carcerário potiguar.

Fonte: MPPB

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Palavras-chave
mppbpolícia civil