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Em contradição com as ações do passado, Sergio Moro agora se apresenta como defensor do devido processo legal
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O senador Sergio Moro (União Brasil) reclamou por não ter sido ouvido previamente para esclarecer sua versão sobre a denúncia de calúnia realizada na segunda-feira (17) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia se refere a um vídeo em que Moro associa a compra de um habeas corpus ao ministro do STF, Gilmar Mendes. As ações do passado do ex-juiz expõem grave contradição entre defender o devido processo legal e ter expedido diversas decisões à frente da Operação Lava Jato que desrespeitavam as mesmas regras agora reivindicadas.

Denúncia alega que ex-juiz acusou ministro de negociar decisão (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O documento foi assinado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, e diz respeito a uma gravação de vídeo em que Moro, acompanhado de pessoas não identificadas, afirmou: “Não, isso é fiança, instituto… para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”. Para Lindôra, Moro acusou o ministro de “negociar a compra e a venda de decisão judicial para a concessão de habeas corpus”. Habeas corpus é um instrumento jurídico para a garantia da liberdade quando se é preso ilegalmente.

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Para a PGR, “ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, o denunciando Sergio Fernando Moro agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do país”, escreveu a procuradora.

Sobre a denúncia, Moro disse que se sente em tempos sombrios. “O que me espanta é ter sido denunciado em três dias, um senador da República, sem sequer ter sido ouvido previamente para esclarecer as circunstâncias”, disse. E completou: “Estamos em tempos sombrios nos quais a liberdade e o devido processo estão sendo deixados de lado”.

Com informações da Agência Brasil

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