Um ministro famoso por comandar prisões sem ordens judiciais terá espaço na Câmara dos Deputados para falar sobre seu trabalho. A Comissão de Segurança Pública promove audiência pública nesta terça-feira (25) para ouvir, por videoconferência, o ministro da Justiça e Segurança Pública de El Salvador, Gustavo Villatoro, para discutir o Plano de Segurança de Controle Territorial adotado pelo país centro-americano. Órgãos internacionais, como a Human Rights Watch, apontam violações aos direitos humanos na atuação de Villatoro à frente do ministério em El Salvador.
Em resposta a uma onda de violência supostamente promovida por gangues, em 2022 – que resultou na morte de 87 pessoas em um período de 48 horas –, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, decretou estado de exceção. Com isso, até fevereiro de 2023, havia quase 63 mil presos sem ordem judicial. A taxa de encarceramento no país, de 600 presos por 100 mil habitantes, é quase o dobro da do Brasil.
O pedido para a realização do debate foi feito pelo deputado Osmar Terra (MDB-RS). “Há 2 anos, El Salvador era o país com maior número de homicídios do mundo, e agora já completou 300 dias sem homicídios”, diz Terra. “Se a tendência atual continuar, El Salvador poderá se tornar um dos países mais seguros do mundo”, continua o deputado.
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O regime de exceção adotado em El Salvador é criticado por organismos de defesa dos direitos humanos. A audiência pública será realizada no plenário 6, às 9 horas.
Diferentemente da grande mídia no Brasil, a imprensa internacional não pega leve com o ministro da Justiça de El Salvador. A Human Rights Watch aponta violações aos direitos humanos praticadas por Villatoro durante sua cruzada de prender quem quisesse sem qualquer ordem judicial.
O passado do ministro também foi levantado logo que ele foi escolhido pelo presidente Nayib Bukele. De acordo com o jornalista Alex Papadovassilakis, do site InSight Crime, Villatoro tem um passado de envolvimento com esquemas de corrupção enquanto esteve à frente de órgãos da polícia do país.
Com informações da Agência Câmara de Notícias
