Como você definiria o que é o mundo? Para uns, pode ser um lugar tranquilo de se viver. Outros, consideram um espaço caótico. Segundo o autor de quadrinhos, designer e ilustrador paraibano Samuel de Gois, “O mundo é um moído”, frase que dá nome ao seu 6º livro. A obra está na etapa de financiamento coletivo e reflete tanto o que ainda está por vir, quanto quase vinte anos dos seus trabalhos na internet, tempo que sua linguagem foi refinando ao que é hoje. Em apenas seis dias, o livro ultrapassou 25% do valor da meta da campanha e é motivo de otimismo, para o autor. “‘O Mundo é um Moído’ é uma celebração a tudo isso que trilhei, e aos novos caminhos que pretendo abrir daqui para frente”, disse Samuel.
“O mundo é um moído” pode ser lido por adolescentes mais maduros, mas é voltado para adultos, recomenda Gois. Isso porque o livro fala sobre depressão, dramas da vida adulta e relacionamentos. Por isso, o que tá escrito pode não fazer tanto sentido para idades menores. “Precisa pelo menos ter caído no cheque especial uma vez na vida, sabe? Ou ter recebido aquele alerta da empresa de fornecimento de energia elétrica de que vai cortar a luz”, brinca o paraibano.
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Como artista independente, o financiamento coletivo, modo de custear um livro de forma coletiva, tem forte impacto no seu trabalho. “Eu dependo inteiramente de ir a feiras vender o meu trabalho, de grupos de apoio de financiamento coletivo, de pequenas editoras companheiras que me ajudam na parte burocrática”, disse o quadrinista.
Essa é a segunda vez que as suas tirinhas são apoiadas por meio deste tipo de contribuição. O primeiro, foi com o livro “Fibrilação”, que evoluiu para um total sucesso e é motivo do seu otimismo, hoje, com o segundo livro na campanha de financiamento coletivo.
Em apenas seis dias de campanha, a obra – que será publicada pela Editora Guilhotina – já ultrapassou os 25% de arrecadação em uma campanha que vai durar, ao total, sessenta dias.
“Estou certo que iremos passar na meta! Acredito muito no projeto e na qualidade dele, e na competência de todos os envolvidos”, disse Samuel. “O mundo é um moído” pode ser apoiado através da plataforma brasileira de financiamento coletivo Catarse, com opções a partir de R$ 25.
A relação do autor com a arte pode ser comparada à devoção religiosa. Livros, quadrinhos, música e filmes são os seus tomos sagrados. Livrarias, museus, cinemas e teatros são os seus templos. “É o mais perto de uma elevação para mim. A melhor parte é que ninguém é santo”, complementou.
Antigamente, as crises de ansiedade e insônia faziam parte do processo criativo do quadrinista. Hoje, ao fazer terapia e a criação ter se tornado uma prática diária, o processo flui de maneira mais natural. “Hoje [o processo criativo] é sobre olhar ao redor, anotar algumas palavras, pesquisar um pouco sobre mitologia, passear com o cachorro e tomar banho”, finalizou.
