ads
Política -
Importância da atividade física para a saúde é destaque em sessão especial do Senado
Termômetro da Política
Compartilhe:

O Senado comemorou, nesta segunda-feira (9), o Dia do Profissional da Educação Física em sessão especial com presença do medalhista de prata na marcha atlética nas Olimpíadas de Paris, Caio Bonfim, de outros atletas olímpicos e de conselheiros regionais e federais da categoria. A data é oficialmente celebrada em 1º de setembro.

Autora do requerimento para a homenagem, Leila Barros (centro) comandou a sessão (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A sessão atendeu a requerimento (RQS 62/2024) da senadora Leila Barros (PDT-DF), que presidiu a homenagem. Leila destacou que as pessoas que trabalham com educação física são essenciais para além da formação técnica dos esportistas.

Veja também
Partidos e candidatos têm até sexta para prestar contas ao TSE

“No esporte a gente aprende muito com nossos profissionais de educação física a não desistir nunca. Lembro que perguntei [ao meu professor]: “você acha mesmo que eu dou para o vôlei?”. Ele [respondeu]: “você pode ser o que quiser na vida, desde que você se dedique”, afirmou.

Medalhista olímpica do vôlei feminino (bronze) nos jogos de 1996 e 2000 e ouro no Pan-Americano de 1999, a senadora  elogiou o desempenho brasileiro nos Jogos Paralímpicos de 2024, cuja edição terminou com o Brasil em quinto lugar e com 25 medalhas de ouro, recordes históricos. Para Leila, “por trás de cada medalha conquistada e recorde batido estava a mão habilidosa de um profissional de educação física”.  

“Esses profissionais mostram que com disciplina, treino e dedicação é possível superar todos os nossos limites”, disse Leila.

Treinamento

Treinadora e mãe do medalhista de prata Caio Bonfim nas Olimpíadas de 2024, Gianetti Bonfim lembrou os sacrifícios feitos para o filho alcançar a primeira medalha da marcha atlética na história do Brasil. Ela e o marido, João Sena, também educador físico, treinaram outros três desportistas do Distrito Federal.

“Para conseguir essa medalha foram muitas guerras. São mais de 40 anos de trabalho e de entrega. Às vezes a gente forma [na universidade] para quê? “Vou ter um salário, vou fazer um concurso…”. Mas nesse decorrer entram tantos sonhos na nossa vida, de mudar histórias, de fazer história no país, que a gente se entrega [aos sonhos]. A gente tira até do bolso para ajudar esses meninos a realizarem seus sonhos. A gente reuniu isso tudo em uma família só, que respira esporte todos os dias. E de quebra ganhamos um filho campeão”, disse Gianetti.

Caio Bonfim disse que só foi possível alcançar o feito com a equipe que tem. Ele também é formado em educação física, curso escolhido por influência dos pais.

“Eu já vim sendo homenageado como atleta, mas como profissional é a primeira vez, isso é muito legal. Ninguém chega a lugar nenhum sozinho, se não fosse pelos profissionais que trabalham [juntos]… Hoje a gente tem um biomecânico, um fisiologista, tudo isso dentro da educação física”, disse.

Além de Caio, estava presente a jogadora de handebol olímpico Ana Paula Mathias Conforte.

Remuneração

O presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Física do Distrito Federal (Sinpef-DF), Lázaro de Sousa Barrozo, afirmou que há diversas áreas de atuação para o educador físico, mas que muitos optam por se tornar personal trainer em razão da remuneração. Mas, para ele, mesmo esses profissionais enfrentam dificuldades.

“Por que as pessoas falam em ser personal [trainer]? É onde dá dinheiro, mas esquecem das outras áreas, da importância de ser treinador para alto rendimento [por exemplo]. O mercado não valoriza a ponto de você viver bem, não é para ficar rico, é para viver bem. Quando reparei a realidade na maior academia, a que mais pagava em Brasília, eu falei: “isso não vai me sustentar”, disse Lázaro.

Para Lázaro, o projeto de lei (PL) 7.006/2013, que cria piso salarial para a área em R$ 3,6 mil para uma jornada de 30 horas semanais, é uma forma de contornar o problema. O texto está em análise na Câmara dos Deputados.

Saúde

Segundo a senadora Leila, a prática frequente de atividades físicas supervisionada por trabalhadores da educação física promove a saúde coletiva e a educação de crianças e jovens, além de cuidar da qualidade de vida de idosos e pessoas com deficiência.

“Em um país onde as doenças como diabetes são preocupação crescente, a atuação desses profissionais é fundamental. Eles são responsáveis por orientar a população sobre a importância da prática regular de atividade física. A incorporação desses especialistas nas equipes do SUS é uma medida essencial para a promoção de saúde integral e preventiva”, disse Leila.

A senadora é autora do PL 3.467/2019, que inclui esportes nas escolas como uma das diretrizes da educação brasileira. O texto já foi aprovado no Senado e agora é analisado pelos deputados. 

A presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref) do Distrito Federal, Nicole Christine de Azevedo Silva, também mencionou o papel da atividade  física na prevenção de doenças.

“Todo mundo fala que o plano de saúde que a gente paga é um plano de saúde, [mas] não é, é o plano da doença. O plano de saúde é a atividade física regular orientada por um profissional de educação física. Espero que vocês estejam firmes nesse propósito de estar cada vez mais saudáveis”, disse Nicole.

O presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Claudio Augusto Boschi, também participou da sessão.

Regulamentacão

Faz 18 anos que o dia 1º de setembro celebra oficialmente a categoria, com a Lei 11.342, de 2006. A data remete ao advento da regulamentação da profissão de educação física com a Lei 9.696, de 1998, que passou a exigir capacitação formal para esses trabalhadores, entre outros direitos e deveres.

Fonte: Agência Senado

Compartilhe: