Economia -
Inadimplência no agro e novas regras do BC resultaram em queda no lucro, justifica presidente do BB
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Em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (16), a presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, explicou que o lucro líquido abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2025 (1T25) foi impactado por dois fatores principais: a inadimplência no setor agropecuário acima das projeções e a implementação das novas regras da Resolução 4.966 do Banco Central. O balanço trouxe lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no período, cerca de 20% abaixo da expectativa do mercado, que era de R$ 9,32 bilhões.

Balanço trouxe lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A executiva afirmou que a decisão de revisar a meta de lucro (guidance) não foi fácil, mas foi a mais prudente, reforçando o compromisso da instituição com a transparência.

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Tarciana destacou que nenhum desses elementos, isoladamente, teria causado um efeito tão negativo nos resultados. No entanto, a combinação do aumento da inadimplência no agro em um “momento desfavorável” com a adoção da nova regulamentação, somada ao cenário de juros altos (Selic elevada), resultou em um desempenho inferior ao potencial do banco, segundo a CEO.

Pressão no agro, mas setor segue em movimento

“A inadimplência no agro está acima da média histórica”, afirmou Tarciana. Apesar disso, ela ressaltou que o setor “não para e nem vai parar”, indicando que a atividade segue forte mesmo com os desafios atuais.

Felipe Prince, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do Banco do Brasil, complementou que, mesmo com uma safra recorde, muitos clientes do agro enfrentam dificuldades para gerar margem, o que tem levado a atrasos nos pagamentos. No entanto, ele destacou que há uma concentração de fluxo de negócios para os próximos meses, com vencimentos previstos para o fim do período.

“Existe um processo de atraso nesses pagamentos, mas, por outro lado, temos o novo Plano Safra sendo lançado agora, o que acaba incentivando os clientes a regularizarem suas situações”, explicou Prince.

A revisão do guidance reflete um cenário mais cauteloso por parte do banco, que busca equilibrar transparência com a gestão prudente dos riscos em um ambiente econômico desafiador.

Com informações do InfoMoney.

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