Em seu primeiro pronunciamento sobre questões morais desde sua eleição, o papa Leão XIV destacou nesta sexta-feira (16), durante encontro com diplomatas no Vaticano, que a união entre homem e mulher constitui a base da família e, consequentemente, de uma sociedade pacífica. A declaração, que ecoa posicionamentos conservadores da Igreja Católica, foi acompanhada de defesas à dignidade dos migrantes, ao diálogo inter-religioso e à liberdade de crença, além de renovados apelos pela paz mundial.
O pontífice, nascido nos Estados Unidos como Robert Francis Prevost, reiterou a oposição da Igreja ao aborto e manteve sua postura crítica em relação a uniões homoafetivas – posição já manifestada em 2012, quando criticou a “simpatia midiática ocidental por práticas incompatíveis com o Evangelho”. Como bispo de Chiclayo, no Peru, consolidou essa linha ao combater a educação sexual escolar e a chamada “ideologia de gênero”, qualificada por ele como “conceito confuso por inventar gêneros inexistentes”.
Ao mesmo tempo que reforçava valores tradicionais, o primeiro papa americano da história apresentou-se como “filho de imigrantes”, apelando por solidariedade aos deslocados – sensibilidade atribuída a suas experiências como missionário no Peru por duas décadas antes de assumir o episcopado. Sua fala enfatizou três eixos para as relações internacionais: paz, justiça e verdade, com menções específicas aos sofrimentos no Oriente Médio e na Ucrânia.
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Eleito há uma semana, Leão XIV afirmou que a Santa Sé não recuaria em usar “linguagem clara” ao se dirigir às potências globais, mantendo o tom conciliador ao defender a diplomacia multilateral como caminho para resolver conflitos. O discurso equilibrou princípios doutrinários com abertura a questões sociais, refletindo sua trajetória binacional e o contato com diversas culturas durante seu trabalho pastoral nas Américas.
