“A prova mais organizada que já vi na vida!”
Sim, sou eu que estou dizendo, em referência à Maratona Internacional de João Pessoa, que nesta quinta edição reuniu mais de seis mil atletas, entre corredores profissionais e amadores. E por que a frase de abertura desta coluna está entre aspas? Porque apesar de também ser minha, é a mesma dita por tantos outros corredores. Ouvi da boca de muita gente, antes mesmo da largada, depois, na chegada, e ainda nos dias seguintes, pelos comentários de quem participou.
Esse “ouvir” ainda no Centro de Convenções, ponto de largada e chegada da prova, começa com a particularidade dos grandes eventos. Bastava circular pelo espaço com um pouco de atenção para ouvir sotaques de todos os cantos do país. João Pessoa já era referência no calendário esportivo das corridas de rua Brasil afora, e quem corre em outras cidades pôde perceber o mesmo clima na capital paraibana, que ficou lotada de gente. Há um nicho no turismo esportivo de pessoas que viajam para correr, mas a Maratona Internacional de João Pessoa não é apenas um atrativo turístico. A capital paraibana se consolida cada vez mais no calendário esportivo, pois a prova realizada aqui possui o Selo Ouro, concedido pela Confederação Brasileira de Atletismo, e pela World Athletics, entidade que regulamenta o atletismo em todo o mundo. Somente as provas de mais alto nível no planeta possuem esta certificação.
Ainda sobre o mundo de gente de todo lugar do país, era divertido interagir. Defensor de João Pessoa como sou, aproveito pra dizer que cabe sim mais gente aqui, reforço que a cidade é uma delícia de se morar e termino plantando a sementinha para que o turista vislumbre mudar de CEP. Antes da largada encontrei gente do Rio, de Minas Gerais e de São Paulo, todos elogiando a estrutura até então apresentada. É mais comum quem viaja fazer o percurso de 21 ou 42km, mas teve gente que se deslocou até por menos. No meio da prova, uma moça me abordou perguntando se eu era da cidade. Ela era de Natal, no vizinho Rio Grande do Norte, e estava correndo o percurso de 10km.
Importante destacar a organização ao longo da prova. Sim, acontece muito de um evento ser impecável até a largada e depois acabar ‘largado’. O suporte à integridade física dos atletas foi impecável, e posso afirmar porque pela primeira vez precisei de ajuda. Estava correndo a prova de 21km, e até o ponto da volta percebi tudo normal, com destaque para lanche oferecido no retorno. O diferencial, que deveria ser obrigatório em todo evento esportivo, foi o suporte aos corredores até o fim do tempo de prova. É muito comum quem está lá atrás sofrer com falta de água, por exemplo, o que não deve acontecer nunca. Na Maratona Internacional de João Pessoa, tudo funcionou bem o tempo todo. Infelizmente quebrei no km 17, mas posso afirmar que tive suporte. Do km 12 até o 16, recebi ajuda da equipe da Medicina Extrema, que socorria os corredores indo e vindo pelo percurso com bicicletas. No fim terminei de carona, primeiro com a Semob, depois com o Samu. Não teve medalha dessa vez, mas deu para sentir o gostinho de voltar a correr. Agora é treinar direito para chegar melhor na próxima.
Parabéns a todos da organização. Dá gosto ver João Pessoa mais uma vez sendo referência em um evento de alto padrão. Que venham outras provas e que o Brasil e o mundo visitem nossa querida João Pessoa.