Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Nilvan Ferreira abre fogo contra Walber Virgolino
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Nilvan Ferreira (Foto: Reprodução/X)

Há bem pouco tempo atrás, a extrema direita na Paraíba caminhava unida. O deputado federal Cabo Gilberto (PL-PB), o deputado estadual Walber Virgolino (PL) e o comunicador Nilvan Ferreira (Republicanos) andavam de braços dados, naquilo que chamavam de “triunvirato”. A união era mantida com foco na candidatura à Prefeitura de João Pessoa em 2024 pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o mandatário disse que não queria nenhum dos três e escolheu seu ex-ministro, o médico Marcelo Queiroga (PL). Cada membro do triunvirato tomou seu rumo, mas diante do conflito de interesses, Nilvan parte para o ataque contra Walber, que busca renovar seu mandato na Assembleia Legislativa da Paraíba, enquanto, de fora, tenta entrar no mesmo espaço, de olho no eleitorado de Walber.

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“Walber foi secretário do governo de Ricardo [Coutinho] enquanto eu estava sendo perseguido, enquanto eu estava denunciando nas rádios onde trabalhava a operação Calvário. Walber era secretário de Ricardo Coutinho, entendeu? Walber tinha esposa que era funcionária da Prefeitura na época do Luciano Cartaxo, do PT. Walber traiu o Cabo Gilberto em 2022, ele não votou em Gilberto para federal por conta de um acerto que ele fez politicamente com Ruy Carneiro. Eu nunca fiz isso, nunca votei na esquerda, nunca votei em Ricardo Coutinho, nunca votei nesses nomes. E não é por isso que eu vou dizer que Walber não é bolsonarista, Walber é bolsonarista. Agora, ele precisa respeitar as pessoas, ele precisa ter hombridade de tratar as pessoas com o mesmo respeito que as pessoas tratam ele”, disse recentemente Nilvan Ferreira em entrevista a uma rádio da capital. E prosseguiu com os ataques:

“O Walber gosta de desrespeitar as pessoas, como um dia antes estava atacando o Cabo Gilberto de uma forma injusta. Cabo Gilberto é um dos deputados mais brilhantes desse estado, que tem tido posturas corajosas, inclusive de denunciar a atual perseguição que fazem contra o ex-presidente Bolsonaro, e Walber estava abrindo a metralhadora contra Gilberto. Então não respeita as pessoas, não respeita aquelas pessoas que estão defendendo as mesmas teses, ataca os de casa e esquece de atacar o inimigo que está lá fora. Mas eu não vou bater boca com Walber”, argumentou Nilvan.

Covardia e estratégia

O comunicador Nilvan Ferreira reajustou sua estratégia visando o cargo de deputado estadual no pleito de 2026. Em vídeos publicados por meio de seus perfis nas redes sociais digitais, ele tem feito uma defesa ferrenha do ex-presidente Jair Bolsonaro e atacado figuras públicas de âmbito nacional, principalmente presidenciáveis que se colocam como alternativas da direita a Bolsonaro, já impedido de concorrer nas próximas eleições e ainda na iminência de ser preso em regime fechado.

Nilvan centra fogo nos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Ratinho Jr (PSD), do Paraná, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, acusando todos eles de serem covardes. Enquanto acusa adversários de Bolsonaro em âmbito nacional de serem covardes por deixarem o ex-aliado de lado, Nilvan deixa também a disputa majoritária na Paraíba. Por motivo de covardia ou estratégia, vale lembrar que o comunicador vem de três derrotas majoritárias: para prefeito de João Pessoa em 2020, governador da Paraíba em 2022 e prefeito de Santa Rita em 2024. Desta vez, Nilvan sabe que não precisa da metade dos eleitores mais um para se eleger. Quer apenas ser identificado como o mais bolsonarista dos candidatos à ALPB. E como o cobertor é curto, o pré-candidato começa puxando o de quem está coberto.

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