Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
A revolução das redes
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(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O mundo virtual e suas idiossincrasias nos trazem uma insegurança da qual nós não podemos refutar. A covardia e o oportunismo são constantes e os meios e métodos são cada vez mais amplificados. Não há como fugir das redes sociais, das tecnologias e de toda a conveniência que nos trazem, mas a insegurança em torno do que é real e do que é virtual é uma realidade.

Hoje, não sabemos mais se as mensagens que lemos, se as fotos que vemos, se os áudios que escutamos, se os perfis das redes são de fato verdadeiros ou se não passam de robôs, de oportunistas, de golpistas, de personagens… São pessoas que usam as tecnologias para extorquir, para enganar, para difamar, para se esconder, para propagar inverdades… Precisamos, cada vez mais, repensar nossas relações (virtuais) e os usos das tecnologias em nossas vidas. Acho sensacional o poder que as redes possuem de aproximar pessoas, estreitar contatos, mas ao mesmo tempo mergulhamos em um mundo desconhecido e inseguro, onde precisaremos reavaliar o caminho que estamos seguindo.

Não penso que seja um caminho que tenha volta, assim como ocorreu com a própria Revolução Industrial no século 18, o mundo virtual veio para ficar, mas assim como ocorreu lá atrás, é preciso acomodar melhor toda esta realidade para alcançarmos algo que seja razoável. A revolução das redes não é um fenômeno meramente tecnológico, nem apenas capitalista, onde somos bombardeados insistentemente com propagandas e produtos frutos de nossas últimas buscas na rede, mas um fenômeno social que deu voz a uma geração que antes só absorvia informações que vinham principalmente do cinema e da TV.

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Eu particularmente descobri, através das redes, que tenho familiares e amigos especialistas em assuntos que jamais imaginava. São cientistas das mais diversas ordens e áreas, que entendem de imunização, de economia, de política, de direito… Às vezes me pego a pensar como o mundo se encontra em uma situação tão desesperadora com um número tão grande de peritos em áreas importantes da vida social.

Isso sem falar de política! ah! A política! O mau-caratismo nunca esteve tão em voga com a disseminação de informações manipuladas, meias-verdades e inverdades. O mau-caratismo se aproveita de uma geração que prefere consultar uma informação em qualquer perfil ou grupo virtual do que nos livros, afinal os livros são chatos e possuem muita coisa escrita…

No fim vivemos um período revolucionário, de fato, que trará consequências e nos obrigará a corrigir rotas sem, entretanto, voltar atrás. Assim como na causa operária houve luta para alcançar uma razoabilidade nas relações, teremos nós que fazer para alcançar uma razoabilidade diante da revolução das redes.

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