O que pensa o Termômetro da Política
O que pensa o Termômetro da Política
Câmara de ignorantes, vereadora desumana
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Vereadores Durval Ferreira, Bosquinho e Marcílio do HBE votaram a favor do repúdio (Foto: Reprodução/TV Câmara JP)

João Pessoa sempre foi uma cidade plural, com pessoas oriundas de todas as regiões da Paraíba e muita gente de outros estados, que a escolheram para estudar, trabalhar ou morar.

A capital do Estado fazia jus à responsabilidade de acolher a todos com grandeza. Nunca foi lugar de exclusão. Em meio a muitas opiniões, o respeito à diversidade e o direito de se expressar prevalecia. O obscurantismo nunca prosperou. Mas, recentemente, a ignorância tem avançado de forma preocupante. Porque além de proliferar o negacionismo científico, está impregnada de maldade e preconceitos.

Se a ignorância tem jeito, o mesmo não se pode dizer da maldade. Quem se propõe a fazer o mal, geralmente utiliza de argumentos que parecem uma preocupação legítima, mas na verdade é a forma mais desprezível de desonestidade intelectual.

João Pessoa hoje tem um verdadeiro templo de abrigo a ignorantes e propagação de maldades. A Câmara Municipal de João Pessoa virou um espaço de produção do que existe de pior. A ignorância é a condutora dos debates. O líder desse palco de horrores é o vereador presidente da Casa, vereador Dinho (Avante), e a vereadora Eliza Virgínia (PP) a porta-voz mais ferina e desumana.

Nesse último dia 25 de abril, a Câmara de João Pessoa aprovou voto de repúdio à instalação do Museu da Cannabis. Um local destinado a contar a história milenar da planta e sua aplicação nas mais diversas áreas, com destaque para o uso medicinal, a partir da extração dos óleos de CBD e THC.

Na sessão do Parlamento pessoense, a vereadora Eliza Virgínia, que propôs o voto de repúdio, usou a tribuna para, mais uma vez, mostrar toda sua capacidade de produzir o mal. Em sua fala fez ilações, disseminou diversas mentiras e criminalizou milhares de pessoas que sofrem cotidianamente com doenças, transtornos e dores que o uso dos derivados da maconha é capaz de minimizar.

No discurso da vereadora não cabe afirmar que expressa ignorância. Porque a notoriedade e abrangência dos benefícios gerados pelo uso de medicamentos à base de maconha são amplamente divulgados e conhecidos, com amparo da ciência e estudos verificados nas principais revistas científicas e centros de pesquisa pelo mundo. Eliza e a maioria dos vereadores da Câmara de João Pessoa agem com a maldade que lhes é inerente. Não tem nada negacionismo, o objetivo é alcançar os ignorantes que podem representar votos na próxima eleição.

Vereadora Eliza Virgínia (Foto: Reprodução/TV Câmara JP)

Os vereadores que repudiaram o Museu da Cannabis em meio à busca dos votos dos ignorantes fecham os olhos para as milhares de crianças com Transtorno do Espectro Autista, como também para as que sofrem com convulsões diárias, ou pessoas idosas com Parkinson, Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica, câncer e a infinidade de pessoas das diversas idades com depressão e ansiedade.

A Câmara de João Pessoa merece o repúdio, como também os vereadores que propagaram mentiras e preconceitos deveriam responder perante a Justiça pelos absurdos ditos. A vereadora Eliza, no seu momento de ‘eloquência’, gritava: “medicina é a conversa”; “é o pretexto que os maconheiros têm para irem pra rua”; “isso é só pretexto, não é por amor, não é por saúde”.

É triste ainda termos parlamentares como Eliza Virgínia e seus parceiros na Câmara de João Pessoa, que liderados pelo presidente Dinho, alimentam o preconceito e propagam fake news como forma de conseguirem os votos dos ignorantes. A pior Legislatura da Câmara de João Pessoa ficará na história pela completa ausência de humanismo. Os que dependem da cannabis para minimizar a própria dor têm a nossa solidariedade e contribuição para esclarecer sobre a necessidade urgente da liberação do uso medicinal e financiamento público dos tratamentos com CDB e THC. É urgente tornar essa terapia que faz o bem acessível a todos.

Aos vereadores de João Pessoa, deixamos nosso repúdio, mas cientes que de pouco servirá para conscientizá-los. Não se trata de um caso de ignorância, é maldade mesmo. Enquanto gritam absurdos e mentiras, reafirmam que o mal cega. Infelizmente, faz tempo que a Câmara de João Pessoa parou de enxergar.

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