Anderson Pires é formado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFPB, publicitário e cozinheiro.
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É Genocídio
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Foto: reprodução YouTube Al Jazeera

O que é um genocídio? Parece uma definição simples, de fácil compreensão e que deveria gerar indignação a todos pela mera possibilidade da existência dessa prática. Mas no mundo a morte tem medida, peso, moeda, ideologia e partido. Sendo assim, os genocídios são medidos conforme os interesses que estão em jogo. A vida deixa de ser um valor absoluto e torna-se relativo.

A morte de milhões de judeus por Hitler foi o mais evidente e bárbaro genocídio no mundo contemporâneo. Digo evidente porque existiram muitos outros, que não geraram os mesmos impactos econômicos e políticos por estarem longe do mundo eurocêntrico. Não é preciso muito esforço para listarmos uma série de conflitos com mortes em massa na África e no Oriente.

Logo, a definição de genocídio se aplica ao holocausto, aos conflitos na África, a guerra no Haiti e, também, aos assassinatos em massa que Israel comete ao longo de décadas na Palestina. Porém, ao contrário do que se imagina, existe permissividade e conivência em relação a Israel. Visto que, além de apoio financeiro e militar dos Estados Unidos, os interesses econômicos que estão em jogo na região do Oriente Médio direcionam os principais agentes capitalistas a construírem narrativas que amenizem as atrocidades contra o povo palestino.

Nesse jogo político-econômico quem levantar a voz contra Israel, imediatamente, será taxado de antissemita. Denunciar o genocídio na Palestina como fez Lula, inclusive lembrando que Hitler também foi o genocida que matou milhões de judeus, deveria ser obrigação de todos os líderes políticos mundiais. Porque o assassinato é inaceitável independente da origem, etnia, credo e posição política.

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Impressiona a disposição de muitos políticos e personalidades com notoriedade para atacarem o Lula em relação ao fato de ter sido o único grande líder mundial com coragem para apontar o crime praticado por Israel sem usar de eufemismos ou malabarismos retóricos. 

Os mesmos que atacam Lula não demonstram indignação proporcional em relação as mais de 10 mil crianças palestinas assassinadas na Faixa de Gaza por Israel. Os que enchem a boca para ataques políticos, relativizam o massacre que acontece em Gaza, ao ponto de proclamarem uma suposta autodefesa, quando o que se verifica é um processo de extermínio.

Não se combate genocídio com demagogia diplomática. A postura conivente dos Estados Unidos é pragmática, serve aos seus interesses. Quem se alia a isso, mostra de que lado está. Não podemos aceitar a covardia permissiva que tantos praticam em relação a Israel. A vida não pode ser relativizada. Direitos humanos não podem ser seletivos e dirigidos. Do que serve essa humanidade que um dia mata de fome, no outro faz caridade e quando tantos morem de tiro ainda finge bondade? 

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