Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
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Postagem irresponsável estimula violência contra prefeito
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Em Auschwitz, alemães construíram paredão de fuzilamento com material especial para evitar que os projéteis ricocheteassem (Foto: Tulio Bertorini/Flickr)

Qual a primeira imagem que vem à mente quando se fala em um “paredão”? E colocar uma pessoa “no paredão”, refere-se a algo bom? Provavelmente, não. Por mais que a expressão tenha se popularizado nos últimos anos devido ao reality show Big Brother Brasil, da Rede Globo, o conceito de mandar alguém ao paredão está atrelado a práticas violentas.

Parece brincadeira, mas para tudo há limite. A forma como o termo vem sendo usado não foi ideia da organização do programa. Surgiu na primeira edição por um participante que fez exatamente a referência aos paredões de fuzilamento e, da boca dele, pegou. A Rede Globo bem que poderia ter contido e mantido “berlinda”, como era a ideia original, ou mesmo outro termo, mas deixou pegar, o que é lamentável. Da mesma forma que não se brinca com as palavras tortura, execução, assassinato, também não tem graça banalizar o paredão.

Entendo que a língua é dinâmica e muda com o tempo, mas aqui não estamos falando de um passado distante, como a palavra “aperrear”, que tem origem da colonização espanhola, quando os invasores do Brasil atiçavam cães (do espanhol perros) ferozes contra os povos originários que habitavam estas terras. Os paredões são usados até hoje para execução de pessoas por meio de fuzilamento em diversos países onde a pena de morte é aplicada.

Na política, mesmo se tratando de adversários, também é preciso entender os limites para que ataques de cunho eleitoral não se transformem em incitação à violência. Nessa quarta-feira (10), em uma postagem irresponsável na rede social digital Instagram, o deputado federal e pré-candidato a prefeito de João Pessoa, Ruy Carneiro (Podemos), quis fazer uma graça para atacar o prefeito da capital, Cícero Lucena (PP), ao ‘emparedar’ o gestor. Na publicação está implícito o signo do estímulo à violência contra o atual prefeito. De besta Ruy não tem nada, sabe bem o que esse tipo de ‘brincadeira’ pode implicar.

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