Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
Save Our Souls – SOS
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Andando pelas redes, ultimamente, tenho visto inúmeras alegorias para tentar ilustrar a situação que o nosso país mergulhou. Uma delas me chamou atenção em especial: somos o Titanic. Um país imenso, que recentemente perdeu 4, 1% do PIB e com isso deixou de figurar entre os 10 maiores do mundo. Ricos? Alguns poucos, o país tem grande desigualdade social e, o que vislumbro para os próximos anos é um aumento significativo pelo caminho que o país tem tomado. Como somos um Titanic, então? Iniciamos o século com grandes expectativas e números crescentes na economia e melhora da condição de vida da população mais pobre, partimos em uma viagem de esperanças, muitos desejavam ganhar o mundo, mas algo saiu errado: um iceberg (uma pandemia).

O capitão, olhando apenas a superfície, parece ignorar o problema. O que emerge de um iceberg é apenas 10% de sua massa, o que aconteceu foi uma tragédia. No jogo de informações dentro da embarcação, a tentativa é evitar pânico e manter a normalidade. Alguns, lá embaixo, eles sempre são os primeiros a sentir, já se aperceberam. Quem está em cima, nos bailes e nos restaurantes da primeira classe: nada! A orquestra continua a tocar, as pessoas dançam normalmente e apreciam os bons ventos na proa enquanto o barco afunda.

Quando a água chega na parte de cima não há mais o que negar, não há mais o que esconder. O pânico se instala e o desespero também. Sobre o Titanic diz-se que pouco tempo depois Smith (oficial comandante) começou a compreender a enormidade do que estava prestes a ocorrer, já que não havia botes para todos a bordo e a tripulação não tinha a menor experiência em evacuações de emergência. Ele aparentemente ficou paralisado pela indecisão. O capitão não deu nenhuma ordem para evacuação, não disse para seus oficiais preencherem os botes, não organizou a tripulação e negligenciou informações cruciais, algumas vezes dando ordens ambíguas ou impraticáveis.

Nesta altura, penso que o leitor já se deu conta do que está acontecendo com o nosso país. Chegamos naquele momento em que descobrimos que não há botes para todos, que as informações foram negligenciadas, que não há organização logística para a situação e que os responsáveis não têm a menor competência para lidar com o que está ocorrendo. O que ocorrerá? Afundaremos como o Titanic ou será melhor mudar de canal antes do fim e assistir, quem sabe, “À espera de um milagre”?

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