Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Um café no Cabo Branco
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(Foto: Felipe Gesteira)

A vista para a calçadinha é mais que privilegiada.

Do outro lado da rua está nada menos do que o pedaço de orla mais bonito de João Pessoa. Moradores e turistas coexistem entre o cotidiano e a boemia da praia urbana.

Sim, é dia de semana. Novo dia, ordinário como qualquer outro.

Passam corredores, ciclistas, skatistas. Atletas de toda sorte se misturam a trabalhadores que ensaiam a volta para suas casas. É mais um dia que começa a morrer iluminado por um belo e alaranjado pôr do sol oculto, pois quem olha para o mar da Paraíba vê apenas o nascer, nunca a morte.

Apertando um pouco a vista é possível enxergar a faixa de areia. Corpos esticados para os últimos raios de luz, entra e sai de água e sal; o jogo de bola, a pipa, a prancha; cães e crianças correndo na inconfundível alegria que se tem somente à beira-mar.

Mais perto, a vida pulsa intensamente. Confundem-se trajes de banho, esporte, passeio, e ainda aqueles que estão presos na formalidade dura do expediente. Na frente do bar, a pessoense de short jeans e top folgadinho rodopia em plena tarde, enlaçada na cintura por um só braço enamorado, que com a outra mão segura o litrão, tudo ao som de Zé Ramalho, na clássica playlist de boteco.

Do lado de cá, apenas um café. Amargo na medida, quente como a tarde. Sem açúcar, pois de doce basta o pouco que a vida dá.

O Cabo Branco ficou ainda mais gostoso.

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