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Neusa Borges é homenageada na série Tributo, disponível na Globoplay
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A cantora e atriz Neusa Borges afirma que sua relação com a arte possui um caráter espiritual. Ela credita essa conexão ao êxito de seus diversos trabalhos, muitos dos quais começaram com personagens pequenos, mas ganharam grande destaque devido ao seu talento excepcional. A autora Gloria Perez descreve a homenageada do Tributo desta sexta-feira (16) como uma atriz profundamente intensa, qualidade que a cativa. O programa especial será exibido após o Globo Repórter e fica disponível na plataforma de streaming Globoplay.

Neusa Borges afirma que sua relação com a arte possui um caráter espiritual (Foto: Beatriz Damy/TV Globo)

Projeto original Globoplay e TV Globo, a série documental chega à segunda temporada e busca reverenciar, aplaudir e manter vivo o legado de talentos que continuam brilhando nas telas e nos palcos. Direto dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, uma roda de samba em homenagem a Nega Borges (apelido que ela conta, orgulhosa, ter recebido de Grande Otelo) embala o especial, que conta com a participação de nomes como Xande de Pilares, Luís Miranda, Dhu Moraes, entre outros.

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“Quando cheguei na última gravação, não esperava tanto amor e carinho. Foi uma surpresa olhar para todos os lados e me deparar com fotos dos personagens que já interpretei e ver aquele mundaréu de gente cantando: levei um susto! Ver todos ali me deu uma alegria no coração”, lembra Neusa, que desde menina sonhava com a vida de artista, tendo a cantora Emilinha Borba como uma das suas referências. Foi de Vinicius de Moraes que ela ouviu que seria uma das maiores atrizes do país quando desabrochasse o talento para a atuação, mas foi quando observou Léa Garcia brilhar no filme “Orfeu Negro” (1959) que Neusa Borges teve certeza do caminho que queria seguir. Anos mais tarde, estava no palco vivendo o estrondoso sucesso do espetáculo ‘Hair’ (1969).

Nascida em Florianópolis (SC) e criada no interior de São Paulo, a atriz vive atualmente em Salvador (BA). É na capital baiana que ela encontra, durante as gravações de Tributo, com o ator Luis Miranda, para uma conversa que revisita os grandes trabalhos de Neusa e as batalhas que teve de enfrentar ao longo da carreira. “É uma capacidade tão grande que ela tem de emocionar pela simplicidade, em pegar as palavras e transformar em vida”, acredita Luis Miranda. Foi entre suas travessias por Rio, São Paulo e por Salvador, que Neusa agarrou todas as oportunidades e deixou sua marca na música, na TV, no teatro e no cinema. Trabalhou como cantora por quase 20 anos e passou por várias emissoras, como as TVs Tupi, Manchete, Bandeirantes e SBT. Chegou a fazer parte do júri dos programas do Chacrinha e Silvio Santos. Na TV Globo, sua estreia em novelas foi em “A Escrava Isaura” (1976), onde atuou com Léa Garcia e Zeni Pereira, duas de suas grandes referências que, ao lado de Ruth de Souza, formam o que Neusa chama de “escola”. Agora, com 82 anos de vida e mais de 60 de carreira, comemora papéis fora dos estereótipos que vem interpretando em novos trabalhos.

A atriz construiu uma parceria especial na televisão com os diretores Jayme Monjardim e Marcos Schechtman, além da autora Gloria Perez, que escreveu alguns de seus personagens mais marcantes, como Dalva, de “O Clone” (2001), e Diva, que surgiu em “América” (2005) e, anos mais tarde, reapareceu em “Salve Jorge” (2012). Neusa é lembrada também por Madá, de “Dancin’ Days” (1978), e Florência, de “A Indomada” (1997). Participou ainda da telenovela portuguesa “Valor da Vida” (2018) e do especial “Falas Negras: Histórias (Im)Possíveis” (2023). É parte do elenco atual da série “Encantado’s” (2022-2025).

Ao longo de sua trajetória, Neusa ganhou diversos prêmios, como o de Melhor Atriz Coadjuvante pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), por sua atuação como Terê em “De Corpo e Alma” (1992). Mais recentemente, na mesma categoria, recebeu um Kikito, no Festival de Gramado (RS) por “Mussum: O Filmis” (2023). “O fato de ser uma atriz negra, vencedora, deixa o legado de inspirar outras gerações, de dar esperança”, resume a também atriz e cantora Zezé Motta. Soltando a voz ou transformando texto em vida e carisma, Neusa deixa seu recado: “Quando fala ‘ação!’, ninguém segura Nega Borges”.

Tributo é uma série Original Globoplay e TV Globo com redação de Nathalia Oliveira, Carlyle Junior e Lalo Homrich; direção artística de Antonia Prado; direção de Matheus Malafaia e Marcos Nepomuceno, produção de Elaine Sá, produção executiva de Fernanda Neves e direção de gênero de Claudio Marques.

Fonte: TV Globo

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