O ator Michael Madsen, conhecido por seus papéis marcantes em filmes de Quentin Tarantino e por sua carreira prolífica no cinema desde os anos 1980, faleceu nesta quinta-feira (3), conforme confirmado por sua assessora Liz Rodriguez. Ele tinha 67 anos. Rodriguez informou à CNN que Madsen sofreu uma parada cardíaca e foi encontrado sem resposta em sua casa em Malibu na manhã desta quinta-feira.
“Michael Madsen foi um dos atores mais icônicos de Hollywood e será profundamente sentido por muitos”, disse um comunicado conjunto de seus empresários Susan Ferris e Ron Smith, da Bohemia Entertainment, junto com Rodriguez.
O sargento Christopher Jauregui, comandante do Departamento de Polícia de Los Angeles, confirmou à CNN que agentes atenderam a uma ocorrência na casa de Madsen em Malibu e o encontraram “sem resposta”. Ele foi declarado morto às 8h25 (horário local), e não há suspeita de crime, acrescentou Jauregui.
Madsen construiu uma carreira notável como ator dramático, destacando-se em filmes de Tarantino como Cães de Aluguel, Era Uma Vez em… Hollywood e a franquia Kill Bill.
Reconhecido por sua expressão séria e presença intensa, Madsen alternava entre vilões ameaçadores (como em Kill Bill) e protagonistas, como no filme Espécie Mortal (1995).
Veja também
Diogo Jota e irmão morrem em acidente na Espanha; jogador português trafegava em uma Lamborghini
Sua carreira começou na TV nos anos 1980 — com um papel em St. Elsewhere (1983) —, mas foi no cinema que ele se consagrou, especialmente em Thelma & Louise (1991), de Ridley Scott, onde interpretou Jimmy, interesse amoroso da personagem de Susan Sarandon.
Em 1992, veio sua primeira colaboração com Tarantino em Cães de Aluguel, filme violento no qual Madsen interpretou o icônico Sr. Loiro.
A partir daí, o ator se tornou presença constante em filmes de ação e westerns, como Wyatt Earp (1994). Embora tenha atuado em muitos filmes B, Madsen também participou de produções de grande repercussão, como Donnie Brasco (1997), 007 Um Novo Dia Para Morrer (2002) e Sin City (2005).
Sua habilidade para interpretar vilões perturbadores atingiu o ápice com o personagem Sidewinder em Kill Bill, um dos alvos que a protagonista (Uma Thurman) precisa eliminar. A franquia foi lançada em dois volumes, em 2003 e 2004.
Outros destaques de sua carreira incluem Renegade (2004), faroeste noir, e Os Oito Odiados (2015), outro trabalho com Tarantino.
“Você faz um grande filme quando menos espera… Não tenho uma bola de cristal, só quero longevidade”, disse Madsen à Vulture em 2008.
Fora das telas, Madsen enfrentou desafios legais e pessoais.
No ano passado, foi preso sob suspeita de violência doméstica após uma discussão com sua esposa, DeAnna Madsen, conforme relatado pela Variety e registros policiais. O ator pediu o divórcio um mês depois.
Em 2019, foi detido por dirigir embriagado (pela segunda vez em 10 anos), e em 2012, foi preso após uma briga física com seu filho adolescente.
Madsen foi aberto sobre suas dificuldades, dizendo ao Independent em 2020 que passou por “momentos terríveis”, incluindo os episódios de embriaguez ao volante e um acidente de moto.
“Fama não é tudo o que dizem. Não estou reclamando, porque tive uma vida incrível, mas pode ser devastador se você não estiver protegido”, refletiu.
Em 2022, seu filho Hudson morreu por suicídio no Havaí.
“Eu não vi sinais de depressão. É tão trágico… Estou tentando entender o que aconteceu”, disse Madsen ao LA Times.
Com mais de 320 créditos no IMDb, Madsen ainda tinha 18 projetos em desenvolvimento no momento de sua morte.
Segundo seus representantes, ele estava trabalhando em filmes independentes, como Resurrection Road, Concessions e Cookbook for Southern Housewives.
“Ele estava animado com essa nova fase”, dizia o comunicado.
Madsen também preparava o lançamento de um livro, Tears For My Father: Outlaw Thoughts and Poems.
“Minha carreira é como um monitor cardíaco”, disse ele em uma entrevista de 1992 no DVD de Cães de Aluguel. “Participar de bons projetos de vez em quando mantém as coisas vivas… Nem todo filme pode ser incrível, não importa quem você seja.”
Reportagem da CNN.
