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Hermeto Pascoal, ícone da música brasileira, morre aos 89 anos
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O multi-instrumentista, compositor e arranjador Hermeto Pascoal faleceu aos 89 anos, conforme anunciado pela família em comunicado divulgado nas redes sociais. “Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros de música”, informou a nota.

Hermeto Pascoal iniciou sua carreira aos 14 anos de idade (Foto: Gustavo Lacerda/Divulgação)

“No exato momento da passagem, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música. Como ele sempre nos ensinou, não deixemos a tristeza tomar conta: escutemos o vento, o canto dos pássaros, o copo d’água, a cachoeira, a música universal segue viva… Quem desejar homenageá-lo, deixe soar uma nota no instrumento, na voz, na chaleira e ofereça ao universo. É assim que ele gostaria. Gratidão por todo carinho ao longo do caminho.”

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Nascido em 22 de junho de 1936, em Olho d’Água, próximo a Lagoa Grande, na região de Arapiraca (AL), Hermeto Pascoal é considerado um dos nomes mais inovadores da música brasileira. Sua obra, que mescla elementos eruditos e populares, experimentais e enraizados nas tradições brasileiras, transcendeu fronteiras estilísticas e culturais. Conhecido por sua “música universal”, ele flertou com gêneros como jazz, forró, samba e frevo, recebendo elogios de artistas como Elis Regina e Miles Davis.

Com uma carreira iniciada aos 14 anos, Hermeto lançou em 2024 o álbum Pra Você, Ilza, uma homenagem à sua esposa falecida, que conquistou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Jazz Latino/Jazz. No mesmo ano, sua primeira biografia autorizada, Quebra Tudo — A Arte Livre de Hermeto Pascoal, escrita por Vitor Nuzzi, foi publicada, documentando sua trajetória musical e pessoal.

Em setembro de 2023, Hermeto se apresentou no festival The Town, em São Paulo, enfrentando uma chuva torrencial com uma performance inesquecível. Acompanhado de sua banda — formada por André Marques (piano), Fábio Pascoal (percussão), Ajurinã Zwarg (bateria), Itiberê Zwarg (baixo e tuba) e Jota P. (saxofones e flautas) —, ele criou uma atmosfera intimista, alternando entre o teclado e instrumentos inusitados, como uma chaleira adaptada e uma galinha de borracha, reafirmando sua genialidade em transformar objetos cotidianos em fontes sonoras. O show consolidou seu status de lenda viva da música brasileira.

Com informações do portal g1.

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