Estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas brasileiros o filme “Uma Batalha Após a Outra”, sátira sobre autoritarismo nos Estados Unidos, estrelada por Leonardo DiCaprio e dirigida por Paul Thomas Anderson. Aclamado pela crítica, o longa é apontado como um dos favoritos ao Oscar 2026, apesar de ter sido considerado, até poucos meses atrás, o maior risco da Warner Bros. em 2025 devido a seu alto orçamento, estimado entre US$ 130 milhões e US$ 175 milhões. Segundo a revista Variety, o filme precisaria arrecadar mais de US$ 300 milhões, incluindo gastos com marketing, para cobrir seus custos, um desafio significativo considerando que a maior bilheteria de Anderson, Sangue Negro (2007), alcançou US$ 76 milhões.
A trama, uma adaptação livre do livro Vineland (1990), de Thomas Pynchon, traz DiCaprio como Bob, um ex-revolucionário que tenta salvar sua filha, Willa (interpretada pela estreante Chase Infiniti), em um país dominado por um governo fascista. Ambientada nos dias atuais, diferente dos anos 1980 do livro, a história mantém apenas o argumento central: um pai atrapalhado protegendo sua filha de um agente federal com laços complexos com a mãe da criança. Anderson, que começou a escrever o roteiro há 20 anos, na época do nascimento de sua filha, destacou a conexão pessoal com a narrativa. “Eu tenho três filhas, então para mim foi muito fácil me conectar com o Bob, ter um carinho pela Willa, e para escrever um cenário desses não foi tão longe da minha vida”, afirmou o cineasta, conhecido como PTA, em uma coletiva de imprensa. Ele acrescentou: “Eu não passo o dia fumando maconha igual o Bob, mas acho que todos os pais têm medo de ser um fracasso.”
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A percepção sobre o filme mudou drasticamente após as primeiras críticas, que o exaltaram como um dos melhores do ano. Agências de monitoramento projetam uma arrecadação superior a US$ 40 milhões no fim de semana de estreia global, um recorde para Anderson. DiCaprio, em entrevista ao g1 durante o lançamento latino-americano na Cidade do México, lamentou o foco excessivo em bilheteria. “Sim, existe um foco muito grande hoje em dia em bilheterias e isso é uma pena”, disse. “Ainda deveríamos dar atenção a filmes, mesmo filmes com um orçamento como esse, que são um grande risco, porque eles não têm as coisas que tradicionalmente as pessoas meio que esperam, seja filmes de super-heróis ou refilmagens. Seja o que for. Esta é uma ideia completamente original.”
A sátira aborda temas delicados como racismo e xenofobia com humor, evitando clichês de heróis clássicos. Apesar disso, a produção evita comparações diretas com as políticas do presidente americano, Donald Trump. DiCaprio reforçou, em diferentes momentos, o tom apartidário do filme. “Não gosto de dizer que um filme tem um objetivo político ou uma mensagem, mas há um fio condutor de ‘sejam bons uns com os outros’. Apesar de ideais políticos diferentes ou de filosofias diferentes sobre como o mundo deveria funcionar”, afirmou ao g1, ecoando declarações feitas no tapete vermelho e em coletiva. Benicio del Toro, que também integra o elenco, destacou a essência do projeto. “Acho que é um daqueles filmes que me lembram dos filmes que eu gostava enquanto crescia. Filmes que lidavam com a condição humana, mas que eram grandes”, disse. “Nós fizemos isso por vocês. Não acho que ninguém estava pensando no orçamento. Estávamos apenas tentando fazer essa história da melhor forma possível, com nossos personagens. Queríamos que as pessoas se divertissem, queríamos que as pessoas vissem numa tela grande, porque é esse tipo de filme.”
Com a aclamação da crítica e projeções otimistas, “Uma Batalha Após a Outra” consolida-se como um marco na carreira de Anderson e DiCaprio, prometendo impactar tanto nas bilheterias quanto na temporada de premiações.
Com informações do portal g1.
