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Netflix estreia “A Agente”: série explora gênero noir nórdico no submundo do crime organizado
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A Netflix lança nesta segunda-feira (27) “A Agente”, uma série dinamarquesa que mergulha no submundo do crime organizado e nas fronteiras morais de uma operação secreta de inteligência. Com apenas seis episódios, a produção promete uma narrativa enxuta e envolvente, centrada no desenvolvimento de personagens e nas tensões psicológicas, confirmando o talento escandinavo para o gênero noir nórdico.

Clara Dessau interpreta uma jovem policial com um passado turbulento (Foto: Divulgação)

A trama acompanha Tea (Clara Dessau), uma jovem policial com um passado turbulento – marcado por uma mãe alcoólatra e um relacionamento abusivo com um traficante –, que é recrutada pelo PET, o Serviço de Segurança e Inteligência da Dinamarca. Após a perda de um agente infiltrado, Tea assume a perigosa missão de se aproximar de Ashley (Maria Cordsen), namorada de um criminoso violento chamado Miran (Afshin Firouzi). Disfarçada como Sara, uma empresária de Dubai interessada em abrir uma joalheria em Copenhague, a protagonista finge uma amizade com Ashley, mãe de uma filha pequena do casal. À medida que as relações se aprofundam, Tea enfrenta um conflito interno entre sua lealdade à polícia e a empatia crescente por aqueles que deveria trair.

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O diretor conceitual Samanou Acheche Sahlstrøm, responsável pela realização, destacou o apelo da história em entrevista ao SAPO. “Senti-me atraído por esta história porque explora as complexidades da identidade e da lealdade sob extrema pressão”, afirmou. Ele acrescentou: “Sempre quis trabalhar numa série policial que colocasse as personagens, o seu desenvolvimento e as suas relações no centro da narrativa. É precisamente isso que ‘A Agente’ faz”. A série resgata a atmosfera densa dos thrillers escandinavos, com ritmo cadenciado, fotografia fria e foco no psicológico, evitando diálogos expositivos e priorizando silêncios carregados de tensão para construir suspense.

No elenco, Clara Dessau dá vida à protagonista dividida entre dever e humanidade. Maria Cordsen interpreta Ashley, uma mulher presa entre o amor e o controle opressivo de Miran, retratado por Afshin Firouzi como um antagonista complexo – um criminoso violento, mas também um pai dedicado. O elenco se completa com Nicolas Bro, que interpreta Folke, o supervisor de Tea dentro do serviço de inteligência, além de Soheil Bavi, Arian Kashef e Lara Ly Melic Skovgaard, que aportam realismo e complexidade à história. O desfecho da primeira temporada encerra o arco narrativo de forma satisfatória, mas sugere que Tea pode não estar livre das consequências de suas escolhas, abrindo espaço para uma possível segunda temporada, dependendo da recepção do público.

Disponível globalmente a partir de hoje, “A Agente” chega como uma das principais estreias europeias do mês na Netflix, reforçando o investimento da plataforma em conteúdos internacionais fora do eixo hollywoodiano. Críticos iniciais, como os do Cosmonerd, elogiam a construção de personagens multifacetados: Miran, por exemplo, é mostrado como um homem dividido entre o afeto familiar e sua natureza possessiva. A produção evita reviravoltas gratuitas, optando por um realismo que diferencia o thriller de outros dramas policiais recentes.

A expectativa é alta entre os fãs do gênero, especialmente após sucessos dinamarqueses como “A Reserva” (2025). No X (antigo Twitter), perfis como @diariodeseries_ e @blackcompanybr já destacam o trailer, descrevendo a série como “sobre espionagem” e “policial dinamarquesa”. Para quem busca uma maratona rápida de suspense, “A Agente” parece ser o destaque da semana, misturando ação contida com dilemas éticos profundos.

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