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Planalto edita MP alternativa ao IOF com previsão de R$ 4,28 bilhões em cortes para 2025
Termômetro da Política
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O Ministério da Fazenda divulgou na noite desta quinta-feira (12) os detalhes da Medida Provisória que substitui a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), estabelecendo um corte de R$ 4,28 bilhões em despesas obrigatórias para o próximo ano. Os dados, compilados pelo Tesouro Nacional, apontam ainda uma economia adicional de R$ 10,69 bilhões projetada para 2026. A publicação ocorre após a Receita Federal ter anunciado, ainda no início do dia, que o pacote de medidas traria um reforço fiscal de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 20,87 bilhões no ano seguinte. A MP, editada pelo Palácio do Planalto, surge como alternativa ao aumento do IOF que havia sido anteriormente considerado pelo governo federal.

MP editada pelo Palácio do Planalto surge como alternativa ao aumento do IOF que havia sido anteriormente considerado pelo governo federal (Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo)

Os números divulgados pelo Tesouro detalham o impacto fiscal da medida, que busca equilibrar as contas públicas sem recorrer à majoração do imposto sobre transações financeiras. O corte orçamentário concentra-se especificamente em gastos obrigatórios do orçamento federal, conforme estabelecido no texto da medida provisória.

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Nos últimos dias, houve uma série de críticas de parlamentares de que o pacote fiscal do governo não promoveria corte de gastos, o que foi desmentido após a publicação da MP. No entanto, o Ministério da Fazenda levou quase 24 horas após a edição da medida provisória para esclarecer os impactos das medidas de redução de despesas obrigatórias.

As economias estimadas são as seguintes:

•     Inserção do programa Pé-de-Meia no piso constitucional da educação: R$ 4,818 bilhões em 2026;

•     Limitação a 30 dias de benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) a benefícios concedidos pelo Atestmed, sistema de atestado médico digital do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): R$ 1,21 bilhão em 2025 e R$ 2,616 bilhões em 2026. Após esse prazo, será exigida perícia médica presencial;

•     Teto para a compensação financeira que União paga a regimes de previdência dos servidores estaduais e municipais para incorporar o tempo de serviço no INSS, com valor limitado à verba definida na sanção do Orçamento: R$ 1,5 bilhão em 2025 e R$ 1,55 bilhão em 2026;

•     Ajustes nos critérios para a concessão de Seguro Defeso, auxílio para pescadores durante o período do defeso, com homologação do registro de pescador pela prefeitura e teto limitado ao valor definido na sanção do Orçamento: R$ 1,575 bilhão em 2025 e R$ 1,703 bilhão em 2026.

Justificativas

Em relação ao Pé-de-Meia, o Ministério da Fazenda explicou, em nota, que a inclusão do programa no piso constitucional da educação a partir do próximo ano permite que o aumento dos gastos discricionários (não obrigatórios) em educação decorrente do piso possam financiar o programa. Segundo a pasta, a medida garante sustentabilidade fiscal do programa, ao otimizar a distribuição de recursos.

Sobre as mudanças no Atestmed, o ministério argumentou que a medida pretende dar prioridade ao benefício por incapacitação temporária a quem precisa. A nota ressaltou que uma norma infralegal (sem a necessidade de votação no Congresso) deve passar a autorizar o julgamento de mérito dos requerimentos no Atestmed pelo médico perito. Dessa forma, o profissional vai poder discordar parcial ou totalmente dos atestados médicos incluídos no sistema, inclusive em relação aos prazos de afastamento.

A instituição de um teto no seguro defeso, informou a Fazenda, o cadastro dos pescadores foi aperfeiçoado, com o registro sendo homologado não apenas no Ministério da Pesca e Aquicultura, mas pelas prefeituras ou governos estaduais. Segundo a pasta, a limitação do valor pago ao aprovado no Orçamento tem como objetivo tornar o programa sustentável.

Sobre os gastos com a compensação da União às previdências de servidores públicos estaduais e municipais, a pasta informou que o teto da dotação orçamentária inicial tem o objetivo de aumentar a eficiência na análise dos processos em que o governo federal é credor dos entes (estados e municípios). A Fazenda quer estimular o encontro de contas entre o que a União deve aos regimes de previdência estaduais e municipais e o que ela tem a receber deles.

Fonte: Agência Brasil

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Palavras-chave
iofmedida provisória