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Ações da Fleury (FLRY3) disparam após boato de fusão com Rede D’Or
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As ações da Fleury S.A. (FLRY3) registraram forte alta na manhã desta segunda-feira na B3, a Bolsa de Valores brasileira, impulsionadas por especulações sobre uma possível combinação de negócios com a Rede D’Or São Luiz (RDOR3), uma das maiores redes hospitalares do Brasil. A notícia, publicada inicialmente na coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no domingo (20), desencadeou um movimento intenso no mercado, com investidores reagindo ao potencial estratégico de uma união entre as duas gigantes do setor de saúde. Até o momento, as empresas não confirmaram oficialmente a operação, mas afirmaram estar avaliando oportunidades de expansão.

Possível fusão ou aquisição criaria uma potência ainda maior no setor de saúde privada no Brasil (Imagem: Canva Pro/ Reprodução/ Montagem Seu Dinheiro)

O que está por trás da disparada?

De acordo com fontes do mercado, a Rede D’Or estaria em negociações com o Bradesco, maior acionista individual do Grupo Fleury, que detém cerca de 25% do capital da companhia por meio da Bradesco Diagnósticos. A possível fusão ou aquisição, segundo o colunista, seria conduzida com o objetivo de incorporar o Fleury à operação da Rede D’Or, criando uma potência ainda maior no setor de saúde privada no Brasil. A notícia foi amplificada por posts em redes sociais, como os da conta @BrazilJournal no X, que destacou a possibilidade de uma oferta pública de aquisição (OPA) com parte do pagamento em ações, e pelo Valor Econômico, que também relatou tratativas em curso.

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Por volta das 11h, as ações da Fleury (FLRY3) registravam valorização em torno de 13%. Analistas do BTG Pactual e do Goldman Sachs apontaram que, embora a combinação tenha lógica estratégica, as sinergias podem não impactar significativamente o valor de mercado da Rede D’Or, avaliada em R$ 75 bilhões, enquanto o Fleury tem uma capitalização de mercado de aproximadamente R$ 7 bilhões. Ainda assim, o BTG destacou o “valuation atrativo” e o perfil defensivo da Fleury, com um dividend yield de 9%, como fatores que tornam a ação atraente em meio à volatilidade do mercado.

Quem é a Fleury?

Fundada em 1926 em São Paulo por Gastão Fleury da Silveira, a Fleury S.A. é uma das principais empresas de medicina diagnóstica do Brasil. Com mais de 90 anos de história, a companhia opera em nove estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Bahia, contando com 13,5 mil funcionários e 3,2 mil médicos. Suas principais linhas de negócio incluem análises clínicas, exames de imagem (como ressonância magnética e tomografia) e serviços laboratoriais de alta complexidade. A empresa também é pioneira em transformação digital, com a plataforma Saúde iD, que oferece serviços de telemedicina e soluções para empresas e planos de saúde. Desde 2009, a Fleury está listada no segmento Novo Mercado da B3, reconhecida por suas práticas de governança corporativa e integração ao Ibovespa em 2018. No primeiro trimestre de 2025, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 179,3 milhões, alta de 6,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Quem é a Rede D’Or?

A Rede D’Or São Luiz, fundada pela família Moll em 1977, é a maior rede hospitalar privada do Brasil, com presença em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco. A empresa opera mais de 70 hospitais e é conhecida por sua estratégia de verticalização, integrando serviços hospitalares, oncológicos e de diagnóstico. Listada na B3 sob o ticker RDOR3, a Rede D’Or tem se destacado por aquisições estratégicas, como a compra da SulAmérica (SULA11) há dois anos, e parcerias, como a criação da Atlântica D’Or com o Bradesco em 2024. Com uma capitalização de mercado de R$ 75 bilhões, a companhia é vista como uma das líderes no setor de saúde, buscando consolidar sua posição frente a concorrentes como Dasa e Amil.

O que dizem as empresas?

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Rede D’Or informou que “está avaliando oportunidades de expansão de suas linhas de negócio, inclusive por meio da aquisição de participações ou combinação de negócios com outras empresas do setor”. O Fleury, por sua vez, declarou que analisa condições de mercado para se posicionar estrategicamente, mas que não há decisão formal ou compromisso firmado até o momento. As empresas não retornaram pedidos de comentário adicionais até a publicação desta matéria.

Perspectivas e impacto no mercado

Analistas do Goldman Sachs destacaram que a possível fusão seria “estrategicamente positiva” para ambas as empresas, permitindo à Rede D’Or ampliar sua participação na jornada do paciente e reforçar sua presença no mercado de diagnósticos. Para o Fleury, a operação poderia trazer maior escala e recursos para competir com players integrados. No entanto, o BTG Pactual alertou que o impacto nas ações da Rede D’Or (RDOR3) pode ser limitado devido à diferença de tamanho entre as empresas.

O mercado segue atento aos desdobramentos, com investidores monitorando possíveis anúncios oficiais. A especulação já movimentou o setor de saúde na B3, com a Fleury figurando entre as maiores altas do Ibovespa na manhã de hoje. Enquanto isso, o boato reforça a tendência de consolidação no setor de saúde privada, com grandes players buscando maior integração e competitividade em um mercado cada vez mais disputado.

Com informações de O Globo, Valor Econômico, Investidor10 e Seu Dinheiro.

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