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Banco Central veta compra do Banco Master pelo BRB
Termômetro da Política
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O Banco Central (BC) rejeitou, na noite desta quarta-feira (3), a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), conforme informado em comunicado de fato relevante do BRB aos investidores. A decisão interrompe a última etapa regulatória necessária para a concretização do negócio, que estava em análise desde 28 de março de 2025.

Tentativa de compra do Banco Master, anunciada há seis meses pelo valor de R$ 2 bilhões, gerou polêmica desde o início
Tentativa de compra do Banco Master, anunciada há seis meses pelo valor de R$ 2 bilhões, gerou polêmica desde o início (Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)

Em comunicado, o BRB informou: “O BRB – Banco de Brasília S.A. (“BRB”; B3: BSLI3 e BSLI4) comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi informado pelo Banco Central (“Bacen”) sobre o indeferimento do requerimento protocolado em 28 de março de 2025, referente à aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master S.A. (“Banco Master”). O BRB apresentou solicitação de acesso à íntegra da decisão, com o objetivo de avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis”. O banco complementou: “O BRB reitera seu posicionamento de que a transação representa uma oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional e manterá seus acionistas e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos relevantes, nos termos da legislação e da regulamentação aplicáveis”.

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A tentativa de compra do Banco Master, anunciada há seis meses pelo valor de R$ 2 bilhões, gerou polêmica desde o início. O Master é conhecido por sua política agressiva de captação de recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Bancário (CDI) para quem adquire seus papéis, bem acima das taxas médias de 110% a 120% do CDI praticadas por bancos pequenos. A instituição enfrenta desconfiança do mercado financeiro, especialmente por não ter publicado o balanço de dezembro do ano passado e por operações com precatórios, títulos de dívidas de governos com sentença judicial definitiva, que levantaram dúvidas sobre sua saúde financeira. Recentemente, o Master tentou emitir títulos em dólares, mas não conseguiu captar recursos.

Há pouco mais de 10 dias, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, sancionou uma lei distrital, aprovada pela Câmara Legislativa do DF (CLDF) por exigência judicial, autorizando o BRB a adquirir 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master. O objetivo era expandir a presença do BRB no mercado e fortalecer sua atuação no setor financeiro. Desde o anúncio do negócio, as ações do BRB valorizaram cerca de 23% na Bolsa de Valores (B3).

A polêmica em torno da operação se intensificou com a proposta do BTG Pactual, que ofereceu apenas R$ 1 para assumir o controle do Master e cobrir seu passivo com recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que protege investimentos de até R$ 250 mil por pessoa física ou jurídica em cada instituição financeira. Contudo, a falta de consenso entre os bancos que compõem o FGC impediu a concretização dessa proposta.

Fonte: Agência Brasil

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