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Mercado larga mão de aposta em corte da Selic em janeiro e mira março como início do alívio monetário
Termômetro da Política
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A esperança de um corte na taxa básica de juros já em janeiro perdeu força entre os economistas do mercado financeiro. A mediana das projeções coletadas pelo Banco Central no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (9) aponta que a maioria das mais de 100 instituições consultadas agora vê o início do ciclo de redução da Selic apenas em março de 2026.

Boletim Focus com estimativa para manutenção da Selic no patamar atual foi divulgado nesta segunda-feira (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A taxa está atualmente em 15% ao ano – o maior patamar em quase duas décadas – e deve ser mantida inalterada na reunião do Copom desta semana, conforme consenso praticamente unânime do mercado.

Para março, a expectativa majoritária é de uma queda inicial para 14,5% ao ano. Ainda há divisão entre os analistas, mas o cenário de janeiro como ponto de partida para o afrouxamento monetário foi abandonado pela maior parte das casas.

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O recuo das apostas reflete o quadro de inflação acima da meta central de 3% por seis meses seguidos até junho, o que obrigou o próprio BC a divulgar carta pública explicando os motivos do descumprimento.

Com a adoção do sistema de meta contínua desde o início de 2025, o objetivo permanece em 3%, com banda de tolerância entre 1,5% e 4,5%. As projeções do Focus para os próximos anos seguem acima do centro: 4,40% em 2025, 4,16% em 2026, 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028.

Como o efeito da política monetária leva de seis a 18 meses para se manifestar plenamente na economia, o Banco Central já trabalha com o horizonte do segundo trimestre de 2027 ao calibrar a Selic atual.

Com informações do portal g1.

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