A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 51,2% em outubro, marcando o maior patamar desde janeiro de 2024, segundo pesquisa Latam Pulse, realizada pelo Instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg e divulgada nesta sexta-feira (24). O índice de desaprovação ficou em 48,3%, com 0,9% dos entrevistados sem opinião, configurando uma leve melhora em relação a setembro, quando a aprovação era de 50,8% e a reprovação, de 48,5%.

O levantamento, conduzido entre 15 e 19 de outubro com 14.063 eleitores em todo o país por meio de recrutamento digital aleatório (Atlas RDR), tem margem de erro de um ponto percentual e nível de confiança de 95%. A tendência de alta na popularidade de Lula, observada desde junho, é atribuída por analistas a fatores como a queda da inflação, especialmente nos alimentos, e a comunicação mais direta do governo, que enfatiza resultados em políticas sociais e econômicas.
Em comparação setorial com o governo anterior de Jair Bolsonaro (PL), o atual mandato de Lula é avaliado positivamente em todos os indicadores, com maiores vantagens em políticas sociais e redução da pobreza (58% contra 34%), comércio internacional (58% contra 41%), moradia (58% contra 38%) e relações exteriores (58% contra 37%). A menor diferença aparece na segurança pública, onde o governo Lula tem apenas 1 ponto percentual de vantagem (45% contra 44%).
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A imagem positiva de Lula (50%) superou a negativa (49%), tornando-o o único líder político com saldo favorável na percepção pública. A avaliação “ótimo ou bom” do governo subiu para 48%, enquanto a “ruim ou péssimo” caiu para 47,2%, e o “regular” para 4,8%. Principais acertos citados pelos entrevistados incluem a gratuidade de medicamentos no Farmácia Popular (83%) e a isenção de Imposto de Renda para rendas até R$ 5 mil (83%).
A pesquisa também simulou cenários para a eleição presidencial de 2026, nos quais Lula venceria no primeiro turno em todos os testes, com pelo menos 51% das intenções de voto. Contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula registra 51,3% contra 30,4%. Em outro cenário, com Michelle Bolsonaro (PL), o petista tem 51% contra 26,2%, seguido por Ronaldo Caiado (União Brasil-GO, 9,1%), Ratinho Junior (PSD-PR, 5,1%) e Romeu Zema (Novo-MG, 4,6%).
Nos segundos turnos, Lula mantém margens acima de 5 pontos percentuais sobre todos os adversários, com a maior diferença contra Zema (17 pontos). Em uma hipótese sem Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ficaria com 43,1% contra 30,1% de Tarcísio.
A aprovação de Lula é mais alta no Nordeste (54,8%), enquanto a maior desaprovação ocorre no Centro-Oeste (62,6%). Entre segmentos demográficos, o presidente tem apoio majoritário entre jovens, mulheres e classes mais baixas, reforçando sua base progressista.
Analistas da AtlasIntel destacam que a recuperação de Lula coincide com anúncios de políticas de renda e consumo, em um contexto de inflação controlada e crescimento modesto.