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Lula encerra terceiro ano de mandato com avanços econômicos e persistentes desafios no Congresso
Termômetro da Política
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega ao final de 2025 com indicadores econômicos e sociais positivos, mas enfrenta dificuldades recorrentes para aprovar suas pautas no Congresso Nacional, onde possui minoria. A equipe econômica destaca que o terceiro ano do mandato cumpriu as promessas feitas desde a posse, com queda nas taxas de desemprego, da fome e da desigualdade social, além de recuo da inflação — principal obstáculo enfrentado em 2024.

Lula agradeceu o trabalho do Congresso Nacional na criação do sistema
Governo planeja transformar essas conquistas econômicas e sociais em carro-chefe da campanha de reeleição de Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 12 meses fechou novembro em 4,46%, após superar a margem de tolerância da meta de 3% desde outubro de 2024. O Banco Central reduziu a probabilidade de estouro da meta de 71% para 26%, projetando fechamento do ano em 4,4%. O PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer mais do que o esperado: o BC elevou a estimativa de 2% para 2,3%, impulsionado por projeções otimistas na agropecuária.

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Em outubro, a taxa de desemprego atingiu o menor percentual desde o início da série histórica do IBGE, em 2012, fechando o trimestre em 5,4%. A desigualdade social também diminuiu: de 1995 a 2024, o índice caiu 18%, enquanto a renda média domiciliar per capita cresceu cerca de 70%, alcançando R$ 2.015 em 2024, segundo dados do Ipea baseados no IBGE.

O avanço na arrecadação federal sustentou esses resultados. Até novembro, praticamente todos os impostos registraram alta, de acordo com a Receita Federal. Em outubro, a arrecadação foi a maior da história para o mês, superando em 5,6% o valor de 2024 (R$ 247,9 bilhões) e consolidando-se como recorde em 30 anos. No acumulado até outubro, o total chegou a R$ 2,367 trilhões, outro recorde para o período.

A estratégia econômica alinha-se ao discurso de Lula desde a campanha de 2022: “gasto com educação e saúde não é gasto, é investimento”. O governo defende que o aumento nos programas sociais, aliado à maior arrecadação, permite resultados rápidos para a população e equilíbrio responsável das contas públicas.

No âmbito político, a relação com o Congresso permaneceu conflituosa. Apesar de aprovações importantes — como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais, vista como o “novo Bolsa Família” com potencial impacto eleitoral, além de isenções na conta de luz e de gás —, as vitórias exigiram alto custo em negociações, vaivéns e concessões. O governo sofreu derrotas em pautas consideradas básicas e enfrentou pautas-bombas surpresa, como a aprovação de até R$ 30 bilhões em crédito subsidiado ao agronegócio em junho.

Recentemente, Câmara e Senado pautaram de surpresa o projeto de lei da dosimetria na madrugada e votaram as cassações dos deputados Glauber Braga (PSOL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP) em sequência, gerando ruídos entre os Poderes e entre os próprios líderes. As imprevisibilidades levaram o Planalto a avaliar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), como um líder instável e inseguro.

Para 2026, o governo planeja transformar essas conquistas econômicas e sociais em carro-chefe da campanha de reeleição de Lula, enquanto as dificuldades no Legislativo impulsionarão o discurso de necessidade de mudança na composição do Parlamento. A estratégia envolve lançar o maior número possível de candidatos da base aliada — incluindo a maioria dos ministros — e enfatizar que votar no PT para o Planalto exige escolhas alinhadas no Legislativo, especialmente entre o eleitorado mais carente, principal foco do presidente.

Com informações do portal UOL.

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