A equipe ASG Moto Sport, pela qual o piloto Roberval Andrade compete, emitiu nota afirmando que aguardará o andamento das investigações antes de tomar medidas legais sobre a prisão do atleta pela Polícia Federal. “Acreditamos no princípio da inocência”, declarou a equipe, ressaltando que o processo judicial segue em sigilo e que as informações conhecidas até o momento foram divulgadas pela imprensa. A ASG destacou que a conduta profissional de Roberval sempre foi adequada e colocou-se à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
Roberval, piloto com 25 anos de carreira, acumula quatro títulos na Copa Truck – três individuais (2002, 2010 e 2018) e um coletivo (2022). Ele é suspeito de utilizar documento falso para recuperar um helicóptero apreendido e de ter pago R$ 1 milhão em um negócio fraudulento envolvendo uma aeronave avaliada em R$ 10 milhões. Segundo as investigações, o piloto teria se aproveitado de sua amizade com o investigador Marcelo Bombom, também preso, para facilitar fraudes. Além deles, outro policial foi detido na operação, que tem conexão com delações do empresário Vinícius Gritzbach, assassinado em 2024 no Aeroporto de Guarulhos.
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A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo conduziram a “Operação Augusta”, que prendeu Roberval e os policiais. A investigação partiu de materiais apreendidos na prisão de Marcelo Bombom, já detido anteriormente na Operação Tacitus. Bombom é acusado de extorquir estabelecimentos como bingos, desmanches, postos de gasolina e prostíbulos.
De acordo com as apurações, os suspeitos atuavam para beneficiar irregularmente pessoas sob investigação, recebendo propina em troca de arquivar processos, vazar informações sigilosas e intermediar a devolução de bens apreendidos. Durante as buscas, foram encontrados dinheiro, armas e um helicóptero na residência de um dos investigados. Além de Bombom, o investigador Sérgio Ricardo Ribeiro também foi preso.
Roberval é acusado de participar de um esquema para recuperar um helicóptero apreendido usando documentos falsos. Ele teria firmado um contrato de compra e venda no valor de R$ 1 milhão para um bem avaliado em R$ 10 milhões. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 12 milhões em bens ligados ao caso.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridas nove ordens de busca e apreensão em São Paulo e região metropolitana. Entre os alvos está o advogado Anderson Domingues, suspeito de intermediar o negócio ilegal do helicóptero. A PF pediu sua prisão, mas o pedido foi negado pela Justiça.
Os detidos são investigados por corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, divulgação ilegal de informações protegidas por lei e advocacia administrativa – quando um servidor público usa sua função para beneficiar interesses privados.
Com informações do portal UOL.