Igor Oliveira de Morais Santos, 24 anos, morto durante operação policial na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, encontrava-se rendido no momento em que foi atingido por disparos. Dois policiais militares foram presos em flagrante acusados de homicídio doloso. De acordo com as investigações, as câmeras corporais dos agentes registraram a ação e comprovaram que os militares “descumpriram os protocolos de atuação”, conforme declarou o coronel Massera, porta-voz da PMESP.
“A análise dessas câmeras nos indicou que a morte do Igor Oliveira não foi dentro de padrões que nós esperávamos. Visualizamos que dois policiais que atiraram no Igor o fizeram com o homem rendido. Por conta disso, a providência feita foi a prisão de dois policiais militares”, disse o porta-voz da PMESP, coronel Massera. “Nada justifica os fatos que se sucederam à ação policial. Foram condutas criminosas, que fizeram vítimas. Poderíamos ter tido mortes de pessoas inocentes, mortes de policiais. Foi um momento bastante crítico da nossa ação”, completou.
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O jovem não possuía antecedentes criminais como adulto, mas tinha registro de ato infracional por roubo e tráfico quando menor. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que um Inquérito Policial Militar foi aberto para apurar o caso, que gerou protestos violentos na comunidade.
Durante as operações em Paraisópolis, quatro pessoas foram detidas – três na chamada “casa bomba”, local onde Igor foi morto após denúncia anônima, e um quarto indivíduo que tentava incendiar veículo durante os protestos. Além de Igor, Bruno Leite, 29 anos, foi morto em suposto confronto com a ROTA. Um sargento ficou ferido e está em estado estável no Hospital Albert Einstein.
Os protestos contra as mortes resultaram em depredação de veículos, barricadas e incêndios nas vias próximas à comunidade. A PM enviou tropa de choque e o Corpo de Bombeiros para conter os distúrbios, que interromperam o trânsito nas avenidas Giovanni Gronchi e Hebe Camargo, no Morumbi. As investigações sobre os dois óbitos estão sob responsabilidade do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Com informações do portal Uol.