O cantor Junior Lima, 41, e sua esposa Monica Benini, 39, compartilharam nas redes sociais, na última terça-feira (22), que sua filha caçula, Lara, de 3 anos, foi diagnosticada com síndrome nefrótica, uma condição renal que, embora rara, é mais comum em crianças entre 1 e 6 anos. O casal relatou que os primeiros sinais foram confundidos com alergia, destacando a importância do diagnóstico precoce. Em um vídeo emocionado, eles reforçaram a necessidade de conscientização sobre a doença, que pode ser tratada com sucesso quando identificada a tempo.
A síndrome nefrótica é um distúrbio renal caracterizado pela perda excessiva de proteínas, principalmente a albumina, pela urina, devido a uma falha nos glomérulos – estruturas microscópicas dos rins responsáveis pela filtragem do sangue. Essa disfunção resulta em inchaço (edema), baixos níveis de albumina no sangue (hipoalbuminemia) e aumento de gorduras, como colesterol, no sangue (hiperlipidemia). Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a condição afeta entre 2 e 7 crianças por 100 mil a cada ano, sendo mais prevalente entre os 2 e 6 anos de idade.
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A médica Renata Castro, pediatra e neonatologista, explica que a síndrome provoca um “desequilíbrio importante no organismo” devido à perda de proteínas essenciais, que deveriam permanecer no sangue. A condição pode ser primária, quando afeta diretamente os rins (como na doença de lesão mínima, a forma mais comum em crianças), ou secundária, associada a doenças como diabetes, lúpus ou infecções. Em alguns casos, pode ter origem genética, como mutações nos genes NPHS1 e NPHS2.
Os sintomas da síndrome nefrótica podem ser sutis e, muitas vezes, confundidos com outras condições, como alergias, como ocorreu com Lara. Os principais sinais de alerta para os pais incluem:
Monica Benini destacou que o inchaço nos olhos de Lara foi inicialmente interpretado como uma reação alérgica. Após consultas com alergistas e pediatras, exames de urina e sangue confirmaram o diagnóstico. Em entrevista ao portal Crescer, a nefrologista pediátrica Luiza do Nascimento Ghizoni Pereira reforça que outros sinais, como anemia sem carência de ferro, baixo ganho de peso ou infecções urinárias de repetição, também devem motivar uma avaliação renal.
O diagnóstico é feito por meio de exames de urina, que detectam proteinúria, e de sangue, que mostram baixos níveis de albumina e colesterol elevado. Em casos mais complexos, uma biópsia renal pode ser necessária para identificar a causa exata da síndrome.
O tratamento da síndrome nefrótica em crianças geralmente começa com corticosteroides, como a prednisona, que ajudam a reduzir a inflamação nos rins e a proteinúria. Em entrevista ao portal Metrópoles, o nefrologista Henrique Carrascossi, explicou que cerca de 75% a 80% das crianças com a forma idiopática (sem causa definida) respondem bem a essa terapia, especialmente quando causada por doença de lesão mínima. Lara, segundo os pais, já apresenta sinais de remissão com o tratamento.
Além dos corticosteroides, outros medicamentos podem ser prescritos, incluindo:
A dieta também desempenha um papel crucial. Recomenda-se reduzir o consumo de sal para minimizar o inchaço e controlar a ingestão de gorduras para evitar dislipidemia. Suplementos de cálcio e vitamina D podem ser indicados para crianças em uso prolongado de corticoides, que podem afetar o crescimento ou o comportamento.
O acompanhamento médico é essencial, pois a síndrome pode apresentar recaídas, especialmente durante infecções. “A frequência e a gravidade das crises variam. Algumas crianças têm apenas um episódio, enquanto outras precisam de monitoramento contínuo”, explica Carrascossi. Em casos raros de origem genética ou perda grave da função renal, tratamentos como diálise ou transplante podem ser necessários.
Junior Lima e Monica Benini aproveitaram a visibilidade para alertar outras famílias sobre a importância de observar sinais atípicos em seus filhos. “Se a gente já tivesse ouvido falar antes, poderia ter sido diferente”, disse Monica, reforçando que a identificação rápida faz toda a diferença. A pediatra Suamy Brelaz Goulart, do grupo Mantevida, destaca que, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, a maioria das crianças pode levar uma vida normal.
Embora a síndrome nefrótica seja uma condição séria, o prognóstico para crianças, especialmente com a forma de lesão mínima, é positivo. Cerca de 80% respondem bem ao tratamento inicial, e muitas entram em remissão completa, algumas até após a puberdade. A família de Lara segue confiante, pedindo boas vibrações e reforçando os cuidados para proteger a imunidade da filha durante o tratamento.
Para mais informações sobre a síndrome nefrótica, consulte um nefrologista ou pediatra especializado. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar das crianças afetadas.
Com informações dos portais Caras, Crescer e Metrópoles.