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Juiz que atropelou e matou ciclista estava com mulher no colo e havia ingerido álcool e antidepressivos
Termômetro da Política
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Thaís Bonatti, de 30 anos, moradora de Araçatuba, no interior de São Paulo, era auxiliar de cozinha e sonhava em se tornar humorista, sendo conhecida por sua alegria em casa. Na manhã de 24 de julho, ao sair de bicicleta para mais um dia de trabalho, ela foi atropelada e morta por uma caminhonete conduzida por Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior, juiz aposentado de 61 anos, que, segundo a polícia, dirigia sob efeito de álcool, conforme relato ao programa Fantástico.

Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior dirigia a caminhonete quando atropelou a ciclista (Foto: Reprodução)

“Agora como que nós vamos fazer uma festa, se não tem ela?”, desabafou a mãe de Thaís em entrevista ao Fantástico.

O acidente ocorreu por volta das 10 horas, quando Thaís pedalava em direção ao trabalho. A caminhonete, guiada pelo juiz aposentado, que estava acompanhado de uma mulher no colo, atingiu a jovem. Segundo investigações, Rodrigues Junior passou entre 11 e 12 horas em uma boate, consumindo cerveja, uísque, champanhe e drinks. Um motorista de aplicativo tentou dissuadi-lo de dirigir, mas foi ignorado.

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Imagens de câmeras de segurança mostram a caminhonete na contramão, parando por alguns segundos. Testemunhas relataram que, nesse momento, a mulher sentou no colo do motorista. Funcionários de um mercado próximo confirmaram ter visto a mulher seminua no colo do condutor. “Eu olhei e vi a mulher no colo do motorista”, afirmou uma testemunha.

Logo após, o veículo acelerou e atropelou Thaís, passando por cima de sua bicicleta. A perícia constatou a ausência de marcas de frenagem no local. O juiz se recusou a realizar o teste do bafômetro e o exame de sangue no Instituto Médico Legal (IML), mas um exame clínico confirmou sua embriaguez. Em depoimento, ele alegou ter consumido apenas duas cervejas e tomado medicamentos para depressão, negando estar embriagado e afirmando que não viu a bicicleta.

Rodrigues Junior foi preso em flagrante, mas liberado no dia seguinte após audiência de custódia, mediante pagamento de fiança de R$ 40 mil. A mulher que o acompanhava, Carolina Silva de Almeida, de 25 anos, declarou à polícia que sabia do estado de embriaguez do juiz e tentou assumir o volante. As autoridades avaliam a possibilidade de indiciá-la como coautora do crime. A defesa de Carolina nega qualquer responsabilidade, enquanto a defesa do juiz afirmou que ele lamenta profundamente o ocorrido e se colocou à disposição para auxiliar a família de Thaís com despesas.

A família da vítima clama por justiça. “Ele sendo um juiz, ele tinha que ter dado exemplo. Quantas pessoas esse homem não julgou? […] Eu vou chorar o resto da minha vida até o meu último suspiro”, lamentou a mãe de Thaís.

Com informações do Fantástico.

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