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Aeronave dos EUA usada pela CIA pousa no Brasil em missão diplomática, mas gera questionamentos
Termômetro da Política
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Uma aeronave da Força Aérea dos Estados Unidos, normalmente utilizada por agentes da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) em crises internacionais e missões secretas, pousou em dois aeroportos brasileiros na tarde e noite de ontem. O avião, uma versão militar do Boeing 757-200 com fuselagem toda branca e sem identificação, é conhecido por transportar equipes de ação rápida do Departamento de Estado, diplomatas, militares de elite e membros da CIA. A aeronave, que pode levar até 45 passageiros e voar até 5,5 mil milhas náuticas sem reabastecimento, é frequentemente usada para transportar autoridades americanas, como o presidente, vice-presidente, líderes militares e membros do gabinete.

Avião é uma versão militar do Boeing 757-200 com fuselagem toda branca e sem identificação (Foto: Wikimedia Commons)

O trajeto começou na segunda-feira na Base Aérea de McGuire, em Nova Jersey, com escalas em Tampa, Flórida, e San Juan, Porto Rico, antes de pousar no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, às 17h13 de ontem. Após decolar por volta das 19h52, a aeronave seguiu para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde permanece na manhã de hoje. A GRU Airport, concessionária de Guarulhos, confirmou o pouso na noite de ontem, destacando que a operação ocorreu “normalmente e sem problemas”, com autorização do Ministério da Defesa.

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A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informou que o avião estava em “missão diplomática” e “ofereceu apoio logístico à missão diplomática do país”, com a chegada “autorizada pelas autoridades brasileiras competentes”. No entanto, o motivo oficial da escala no Brasil não foi divulgado, apesar da aprovação do Ministério da Defesa.

Pressão por transparência

A presença da aeronave gerou reações no Congresso Nacional. Hoje, os deputados federais do PSOL Fernanda Melchionna, Sâmia Bomfim e Glauber Braga protocolaram um pedido aos ministérios da Defesa e dos Portos e Aeroportos para esclarecer a operação. Os documentos exigem informações sobre: a justificativa oficial para a autorização de entrada da aeronave no espaço aéreo brasileiro; se houve solicitação formal do governo norte-americano; a natureza da missão; a identificação oficial dos ocupantes; e se houve transporte ou desembarque de carga ou equipamentos.

Fernanda Melchionna justificou a iniciativa, afirmando: “Diante da escalada de tensões entre Brasil e EUA resultantes dos sucessivos ataques imperialistas à soberania brasileira, não podemos aceitar que uma aeronave militar estadunidense invada o espaço aéreo brasileiro sem os devidos protocolos legais ou transparência pública”. Os ministérios têm até 30 dias para responder aos requerimentos.

Com informações do portal Uol.

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