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Estudo revela que dieta vegana é tão eficaz quanto dieta com carne para ganho muscular
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Um novo estudo publicado na revista Medicine & Science in Sports & Exercise desafia a crença de que apenas proteínas de origem animal garantem ganho muscular. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, demonstra que dietas veganas, que excluem produtos de origem animal, podem ser tão eficazes quanto dietas onívoras, que incluem alimentos de origem vegetal e animal, para promover força e massa muscular. “Os resultados obtidos pelos pesquisadores são muito relevantes, pois mostram que uma dieta exclusivamente vegetal bem planejada pode ser tão eficaz quanto uma que conta com alimentos de origem animal para ganho de massa muscular”, avalia a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia. “Essa conclusão fortalece a ideia de que a qualidade e a quantidade de proteína são mais importantes que a origem isolada do nutriente.”

Resultados surpreenderam os pesquisadores: não houve diferenças nas taxas de síntese proteica muscular entre os grupos vegano e onívoro (Foto: Divulgação/MDA)

O estudo envolveu 40 homens e mulheres saudáveis, fisicamente ativos, com idades entre 25 e 40 anos. Antes do ensaio clínico, todos seguiram uma dieta de sete dias para padronizar o estado nutricional. Em seguida, foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um adotou uma dieta vegana, com refeições planejadas para garantir proteínas completas com equilíbrio de aminoácidos, enquanto o outro seguiu uma dieta onívora, com cerca de 70% das proteínas provenientes de fontes animais, como carne bovina, suína, frango, laticínios e ovos. Cada grupo foi novamente subdividido: alguns consumiram proteína em três refeições diárias, enquanto outros distribuíram a ingestão em cinco refeições, com maior proporção no final do dia.

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Durante o experimento, os participantes realizaram sessões de fortalecimento muscular a cada três dias no laboratório e usaram acelerômetros para monitorar a atividade física fora do ambiente controlado. Biópsias musculares foram coletadas no início e no final do estudo. Os resultados surpreenderam os pesquisadores: não houve diferenças nas taxas de síntese proteica muscular entre os grupos vegano e onívoro, nem na forma como a proteína foi distribuída ao longo do dia. O fator determinante foi o consumo de proteína de alta qualidade em quantidade suficiente.

Além da proteína

A nutricionista Serena del Favero, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que o ganho muscular não depende apenas de proteínas. “Já as gorduras saudáveis e os micronutrientes (vitaminas e minerais) são vitais para a produção de hormônios anabólicos e para a eficiência das reações metabólicas que sustentam o crescimento”, explica. Ela também aponta a importância dos carboidratos, que fornecem energia para os treinos e evitam o “gasto” de proteínas no processo de construção muscular.

O estudo também revelou diferenças no bem-estar: enquanto os participantes da dieta onívora relataram maior prazer com as refeições, os do grupo vegano afirmaram sentir “mais energia e menos cansaço”. “Isso destaca que a escolha da dieta vai além da fisiologia muscular e envolve fatores de satisfação e prazer, cruciais para a adesão a longo prazo a um plano alimentar e de treino”, observa del Favero. “De nada adianta a dieta ‘perfeita’ no papel se a pessoa não consegue segui-la.”

Os pesquisadores ainda alertam para a necessidade de atenção especial em diferentes fases da vida, como na terceira idade, quando a perda de massa magra, incluindo músculos, é mais acentuada. “Essa fase exige ainda mais atenção à ingestão proteica e ao estímulo com exercícios de resistência”, ressalta Marcella Garcez. Além disso, fatores como sono adequado, redução de estresse e hidratação suficiente são essenciais para a construção e manutenção muscular, bem como para a saúde geral.

Com informações da CNN.

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