O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, neste domingo (7), o desfile cívico-militar do Dia da Independência na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, sob gritos do público de “sem anistia” e “soberania não se negocia”. O evento, que celebrou os 203 anos da Independência do Brasil, reuniu cerca de 45 mil pessoas, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), e teve início por volta das 9h20.
Lula e a primeira-dama Janja da Silva chegaram em carro aberto, no tradicional Rolls-Royce presidencial, após o presidente passar em revista as tropas próximo ao Palácio do Planalto. Na tribuna das autoridades, foram recebidos pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pelos comandantes das três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica). Ao final do desfile, que durou cerca de duas horas e terminou com a exibição da Esquadrilha da Fumaça, Lula desceu da tribuna para cumprimentar o público nas arquibancadas mais próximas.
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O desfile, que incluiu alas militares, um desfile aéreo, estudantes de escolas públicas e forças de segurança do Distrito Federal, destacou o tema “Brasil Soberano”, com bonés distribuídos ao público e decoração nas tribunas reforçando a mensagem. Outros eixos temáticos incluíram Brasil dos Brasileiros, Brasil do Futuro e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, em novembro, além do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O evento ocorre em meio a uma crise bilateral com os Estados Unidos, provocada pelo presidente norte-americano Donald Trump, que impôs tarifas comerciais ao Brasil para pressionar a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito. Aliados bolsonaristas e partidos de oposição buscam aprovar no Congresso um projeto de lei de anistia para isentar Bolsonaro e participantes dos atos de 8 de janeiro de 2023, contexto que motivou os gritos do público contra a anistia.
Na véspera, sábado (6), Lula destacou, em pronunciamento em rede nacional, a importância da soberania e da união dos brasileiros na defesa da democracia, do meio ambiente e das instituições. A segurança na Esplanada e na Praça dos Três Poderes foi reforçada, tanto para o desfile quanto para garantir o andamento do julgamento no STF, que deve ser concluído esta semana.
Acompanharam o evento o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, Hugo Motta, e a maioria dos ministros do governo federal, incluindo Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), entre outros. Ausências notáveis incluíram o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em viagem oficial à França, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, no Amapá, e os ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Fernando Haddad (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho). Nenhum outro ministro do STF compareceu, devido ao julgamento em curso.
Fonte: Agência Brasil