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PF prende diretor da ANM e ex-diretor da corporação em operação contra corrupção no setor de mineração
Termômetro da Política
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (17) uma operação que resultou na prisão do diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra, e do ex-diretor da PF na Diretoria de Polícia Administrativa, Rodrigo de Melo Teixeira, atualmente cedido à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). A ação, que investiga uma organização criminosa no setor de mineração, cumpre 22 ordens de prisão temporária e 79 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e outras regiões de Minas Gerais. A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de bens no valor de R$ 1,5 bilhão.

Operação apura fraudes em licenças ambientais mediante pagamento de propina a agentes públicos federais e estaduais
Operação apura fraudes em licenças ambientais mediante pagamento de propina a agentes públicos federais e estaduais (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

A operação apura fraudes em licenças ambientais mediante pagamento de propina a agentes públicos federais e estaduais. Teixeira é suspeito de ser sócio de uma empresa de mineração, enquanto Seabra está no centro das investigações por supostamente facilitar o esquema. Dos 17 alvos de prisão preventiva, 14 já foram detidos, incluindo os principais investigados, alguns com dois mandados por inquéritos interligados que tratam de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e vazamento de informações.

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O foco da operação é um conglomerado de mais de 40 empresas, liderado pela holding Minerar S/A, que explora minério de ferro em áreas críticas de Minas Gerais, incluindo regiões tombadas com alto risco de desastres e próximas a unidades ambientais. Entre os empresários alvos estão Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo; Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na empresa Gutesiht e articulador com servidores públicos e órgãos ambientais; e João Alberto Paixão Lages, também sócio e participante do esquema de manipulação de processos de licenciamento.

A PF revelou que o grupo corrompeu integrantes da ANM, IPHAN, Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (FEAM), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e outros órgãos para garantir autorizações ilegais. Mais de R$ 3 milhões em propina teriam sido pagos, com alguns agentes recebendo mesadas. A Justiça também determinou o afastamento de Fernando Baliani da Silva (FEAM), Breno Esteves Lasmar (IEF) e Fernando Benício de Oliveira Paula (Copam), suspeitos de favorecer a organização.

O inquérito, iniciado em 2020, aponta que a rede de empresas e operadores foi estruturada para sustentar empreendimentos minerários ilegais por meio de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraudes documentais e lavagem de dinheiro.

Com informações do portal g1.

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