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Cinco eixos temáticos que podem ser cobrados na redação do Enem 2025; saiba como se preparar
Termômetro da Política
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A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das etapas mais temidas pelos estudantes, dado seu peso significativo na nota final, que influencia a aprovação em universidades, programas de acesso ao ensino superior e até serve como critério de desempate em processos seletivos. Apesar da preocupação, especialistas apontam que o segredo para um bom desempenho está na prática constante de leitura, escrita e na integração de conteúdos de diversas áreas do conhecimento para embasar argumentos.

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Redação do Enem exige uma proposta de intervenção obrigatória, que deve apresentar uma solução prática e detalhada para o problema abordado (Foto: Alexandre Campbell/Impa)

Candice Almeida, assessora pedagógica de Redação no Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos colégios da Rede Positivo, destaca que os temas da redação do Enem geralmente giram em torno de cinco eixos temáticos recorrentes: Cidadania e Direitos Humanos, Educação e Cultura, Tecnologia e Comunicação, Saúde e Bem-Estar, e Meio Ambiente e Sustentabilidade. “Esse exercício de futurologia pode ser perigoso. Primeiro, porque dificilmente você vai acertar. Depois, porque você pode se prender a um repertório e deixar de lado outras possibilidades”, alerta Candice, enfatizando que a preparação deve ser ampla e orgânica, sem depender de tentativas de adivinhar o tema.

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Eixos temáticos e repertório necessário

  1. Cidadania e Direitos Humanos: Este eixo exige repertório sobre questões relacionadas às minorias no Brasil, incluindo temas étnico-raciais, religiosos, de gênero, sexualidade, geração, deficiência e desigualdades socioeconômicas. Argumentos sólidos devem ser construídos com base em referências confiáveis que validem a análise crítica.
  2. Educação e Cultura: Os debates neste eixo abordam desigualdade social, mudanças no Ensino Médio, impactos da pandemia, o papel da leitura, da cultura e da tecnologia na formação dos jovens. Obras de pensadores como Paulo Freire, Émile Durkheim e Pierre Bourdieu podem enriquecer os argumentos.
  3. Tecnologia e Comunicação: Para este tema, é recomendado estudar relatórios da Unesco sobre educação digital e proteção da infância, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para argumentos jurídicos sobre sexualização precoce, livros como A fábrica de Cretinos Digitais, de Michel Desmurget, e Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han, além de documentários como O Dilema das Redes e episódios da série Black Mirror, que ajudam a refletir sobre os impactos da hiperconexão.
  4. Saúde e Bem-Estar: Este eixo abrange desde os impactos da pandemia na saúde mental até questões como obesidade, envelhecimento populacional e a abrangência do Sistema Único de Saúde (SUS). Relatórios do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) são fontes valiosas para embasar argumentos.
  5. Meio Ambiente e Sustentabilidade: Foca em mudanças climáticas, preservação da Amazônia e transição energética. Referências como Hans Jonas, Ulrich Beck, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e exemplos de desastres ambientais recentes no Brasil são fundamentais para uma argumentação consistente.

A importância da argumentação e da proposta de intervenção

Mateus Fernando de Oliveira, doutor em Letras e professor do Colégio Positivo – Londrina, explica que a redação do Enem é o resultado de reflexões críticas combinadas com um repertório sociocultural acumulado. “Entender que a redação é resultado de uma série de reflexões, de uma análise crítica que a gente pode desenvolver sobre uma problemática… é resultado de uma soma de leituras econômicas, políticas. Começar a olhar esses conteúdos que ele está estudando, principalmente as leituras literárias que se somam muito a esse repertório, vai virar parte do repertório sociocultural”, afirma. Ele destaca que a dificuldade em argumentar pode ser superada ao associar opiniões a fontes confiáveis. “É preciso dialogar com uma fonte que confirme esse argumento. Então, busco sempre, a partir do repertório que os alunos apresentam, sejam por meio de livros, séries, filmes, músicas, contextualizações históricas, ver o que faz mais sentido para o aluno dentro da perspectiva do texto”, complementa.

Além disso, a redação do Enem exige uma proposta de intervenção obrigatória, que deve apresentar uma solução prática e detalhada para o problema abordado. “Além de apresentar o tema, trazer a tese em acordo com o tema, defendê-la com argumentos consistentes, legítimos, pertinentes e produtivos, o aluno tem que fazer uma proposta de intervenção que esteja vinculada ao debate”, explica Candice. Essa proposta deve conter cinco elementos: agente, ação, meio, efeito e detalhamento.

Dedicação contínua é essencial

Candice reforça que a redação é uma área em que o estudante pode alcançar a nota mil, algo inviável em outras disciplinas, mas exige dedicação proporcional. “Às vezes, o aluno fica quatro, cinco horas por semana estudando matemática e física e acaba não dando o mesmo enfoque para a redação. Isso não pode acontecer”, conclui. A preparação constante, com leitura, escrita e integração de conteúdos, é o caminho para enfrentar qualquer tema que o Enem 2025 possa trazer.

Com informações do portal Terra.

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