Um trágico assalto na madrugada deste sábado (11) na rodovia Presidente Dutra, em Lorena, interior de São Paulo, resultou na morte do soldado da Polícia Militar Luiz Guilherme Crispim de Oliveira, de 30 anos. O crime ocorreu por volta de 1h40, no km 55 da via, enquanto o policial, devoto de Nossa Senhora Aparecida, fazia uma romaria a pé até o Santuário Nacional de Aparecida. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou o caso, registrado como latrocínio, e lamentou a morte do agente, que deixa esposa e dois filhos, um menino de 4 anos e uma menina de 1 ano e 4 meses.
Crispim, que atuava na corporação há 10 anos, caminhava com dois primos de sua esposa quando foi abordado por um assaltante. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o criminoso levou a mochila do soldado, R$ 800 em dinheiro e seu celular, mas não foi preso. Durante o assalto, o policial, que usava um colete refletivo da PM para evitar acidentes, foi baleado no peito. Outros dois homens, primos da esposa do soldado, também foram atingidos – um com um tiro de raspão e outro no pé –, mas passam bem.
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A esposa do soldado, Aline da Silva Costa, acredita que o colete da PM pode ter motivado o disparo fatal. “Eles saíram por volta das 18h (de sexta-feira) e foram caminhando. Relataram que pararam em um canteiro para comer alguma coisa e colocar capa de chuva. Aí saíram de novo, quando meu primo sentiu um toque nas costas e falaram que era assalto. Nisso ele correu assustado e foi atrás do Crispim”, relatou. Ela completou: “O assaltante anunciou o assalto também ao Crispim, que não reagiu, levantou a mão e foi tirar a mochila. Mas ele estava com o colete florescente da polícia. A gente estava com medo de atropelamento, então ele foi com esse colete. A gente não imaginava isso. Aí acho que, quando ele foi tirar a mochila, o assaltante viu o símbolo da polícia e atirou”.
O soldado foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital de Lorena. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial da cidade e será investigado.
O crime ocorre em um período de grande movimento de romeiros na rodovia Presidente Dutra, com a proximidade do dia 12 de outubro, feriado de Nossa Senhora Aparecida. Segundo a PRF, cerca de 12 mil peregrinos já realizaram romarias desde o início do mês, com a expectativa de que até 40 mil pessoas caminhem pela rodovia até domingo, dia da Padroeira.
A segurança dos romeiros na Dutra também enfrenta outros desafios. Na sexta-feira (10), dois peregrinos foram feridos após serem atropelados no trecho de Caçapava, em um acidente envolvendo a colisão de dois veículos. O motorista responsável pelo atropelamento apresentava sinais de embriaguez e recusou o teste do bafômetro, sendo detido e levado à delegacia da cidade, segundo a PRF.
O corpo de Luiz Guilherme Crispim de Oliveira será velado na tarde deste sábado na funerária Santa Clara, em Cruzeiro, cidade onde o soldado morava. O enterro está marcado para domingo (12), às 10h. A morte do policial, que unia sua devoção à Virgem Maria ao compromisso com a segurança pública, deixa um vazio entre familiares, amigos e colegas de farda, enquanto reforça o alerta sobre os riscos enfrentados por romeiros na rodovia.
Com informações do portal g1.
